sábado, 9 de maio de 2009

NA CONTRAMÃO DA CRISE

“Enquanto o urso dorme, eu construo um império, pois existem menos predadores à solta”.

A partir da observação do comportamento de empresários nas crises que se sucedem com uma freqüência cada vez maior nos últimos tempos, é possível perceber três tipos de reação distintas. Há aqueles que se encolhem diante da dificuldade, vêem seu negócio se retrair e simplesmente desistem. Outros, diante do problema, preferem acumular energia, resguardam-se para quando as coisas melhorarem voltar a investir e, por último, há aqueles que buscam por novas oportunidades aproveitam a deixa dos que desistiram e daqueles que estão em compasso de espera.
Afirmar que uma ou outra decisão é incorreta seria muita pretensão, cabe-nos analisar genericamente suas repercussões. Vive-se numa sociedade cujo comportamento pode ser analisado segundo ciclos e os ciclos da natureza podem ser uma fonte pródiga de ensinamentos. O fato de alguém desistir diante da dificuldade pode significar que a percepção dos riscos é maior do que a capacidade que temos de enfrentá-lo, entretanto, às vezes, subestimamos nossas habilidades por não conhecê-las muito bem e, em virtude disso, simplesmente desistimos. A grande questão aqui é que abandonamos a luta, deixamos que as circunstâncias conduzam nosso destino.
Recuar diante de uma situação de risco é uma das atitudes mais presentes. Eu sei que a tempestade vai passar e que o sol vai surgir, os pássaros voltarão a cantar. Espero, acumulo energia para na hora certa voltar a crescer. Esta é a estratégia de sobrevivência mais utilizada no mundo animal. Eu luto somente o necessário para sobreviver esperando por uma nova oportunidade.
O que falar daqueles que avançam perante o desconforto? Um bom exemplo deste tipo de comportamento são os pioneiros. Mesmo diante do risco iminente impelem-se em novas buscas. O desconforto é o seu aliado. Enquanto o urso dorme, eu construo um império, pois existem menos predadores à solta.
Existem teóricos que defendem que a atitude do urso é a mais correta. Enquanto a crise persiste, se gasta energia preparando-se para dar o pulo do gato. Não concordo. A energia deve ser gasta durante a bonança prevendo-se que outra situação de risco virá, a natureza nos ensina isso. Quem não acredita, recorra ao estudo dos ciclos econômicos, ele nos mostra que uma após outra, as crises se sucedem, porém sempre há um futuro promissor alicerçado por inovações. Antecipe-se, procure tendências, busque identificar aquilo que irá mobilizar o mercado logo mais adiante. Na hora da crise, a capacidade de se investir em inovação é muito menor do que quando em períodos de prosperidade.
Levantar a cabeça, olhar prá frente, é o que se espera de quem lidera. Atuar na contramão da crise é uma atitude peculiar daquele que nasceu para vencer.


Cesar Antônio Mantovani
Vice Diretor de Ensino Superior
Faculdade Horizontina – FAHOR

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