terça-feira, 26 de maio de 2009

JUSTIÇA III

Suponho ter sido esta a única vez que, em qualquer parte do mundo, um sino, depois de tanto haver dobrado pela morte de seres humanos, chorou a morte da Justiça. Nunca mais tornou-se a ouvir aquele fúnebre dobre da aldeia de Florença, mas a justiça continuou e continua a morrer todos os dias. Agora mesmo, neste instante, longe ou aqui ao lado, à porta de nossa casa, alguém a está matando. De cada vez que morre, é como se afinal nunca tivesse existido para aqueles que nela tenham confiado, para aqueles que dela esperavam o que da justiça todos temos direito de esperar: justiça, simplesmente justiça, como os proprietários de quase 100 caminhões roubados, cujos ladrões foram soltos por falta de cadeia no nosso estado.

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