quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

SEMPRE FOI ASSIM.


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A mais perversa armadilha da alienação é acreditar que “sempre foi assim’’ e, portanto” sempre será assim”. A consciência imediata, presa à particularidade da época em que vive, tende a transformar em naturalidade os contextos sócias, culturais e históricos, justificando a inevitabilidade das formas sociais estabelecidas. Por esse motivo, o estudo da história é subversivo, é revolucionário, por que serve ao desmascaramento das ideologias, porque, ao inserirem os contextos particulares em sua história, desvelamos sua pretensões de universalidade.

Quando somos capazes de compreender nossa sociedade como parte da história, podemos compreender o processo pelo qual ela se tornou o que é e, dessa maneira, tentar entender o movimento que conduz à possibilidade de superação da sociedade capitalista e da emancipação humana. Eduardo Galeano, em seu magistral livro Dias e noites de amor à guerra, afirma que nosso sistema odeia tudo que é novo e é por isso que, nas ditaduras que sangraram a América Latina, a história estava proibida, porque insistia em nascer todo dia renovada, assim como os jovens; por isso , a juventude e a história estavam proibidas.

Nós, que queremos mudar o mundo, temos de libertar a história, por que ela está aprisionada por um discurso que a nega.

“A história acabou, a verdade não mais existe, o passado não explica o presente”, gritam todos os matizes pós-modernos que nada mais fazem que reapresentar os velhos motivos que levaram Marx a ironizar o pensamento burguês de sua época afirmando que para aqueles senhores “ houve história, mas não há mais” . A burguesia reorganizou a história para justificar o capitalismo como forma final da sociedade humana, de forma que todas as épocas nada mais são que passos para se chegar na catástrofe atual elevada à condição de única alternativa possível.

Libertar a história significa deixar que os silêncios falem, mas não para que construamos um outro discurso que reorganize o que passou. Toda leitura da história significa um posicionamento aberto a uma determinada escolha de futuro. Marx, por exemplo, ao apontar para a possibilidade da emancipação humana em uma sociedade sem classes e sem Estado, só pôde considerar essa odisséia até aqui realizada como a “pré-história da humanidade”.

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