domingo, 11 de dezembro de 2016

PAI NOSSO...

A oração é o combustível de todo cristão. A fé cristã é robustecida pela prática da oração. É o elemento imprescindível de quem acredita em um ser Superior, Absoluto. Pelo exercício da oração o homem se encontra com a natureza humana, a terrestre, a morte, e com a divina, a transcendente, a imortalidade. A oração transforma o ser humano, eis um desafio espiritual subjetivo e comunitário de nosso tempo.

A oração não é tão somente um exercício espiritual dos cristãos, judeus ou muçulmanos. Há muitas religiões com suas diferenciadas experiências de oração. Todas com suas teorias, ideias e aplicações. Normalmente a oração está caracterizada à religião, à comunidade dos fieis e à prática pessoal. A palavra oração, do latim orare, tinha o sentido de pronunciar uma fórmula ritual, uma súplica, um discurso, um pedido. A oração propriamente dita é uma experiência de recitare no sentido de ler em voz alta, recitar. Em linguagem popular é rezar. O significado era recitar ou ler as orações. No vocabulário hebraico bíblico a oração é traduzida pelo verbo pãlal que dá sentido de: orar, interferir, mediar, julgar. Estes verbos são encontrados oitenta e quatro vezes no Antigo Testamento hebraico. A oração é o diálogo da alma com Deus. É o meio de comunicação do homem com o seu Criador. Então, na oração Deus se revela e orienta as pessoas para andarem na sua presença.

Sendo assim, a oração não é experiência exclusiva dos homens. Jesus de Nazaré, o enviado do Pai, passava longos dias em oração. Para o seu seguimento, a comunidade dos discípulos lhe pede que os ensine a rezar. E Jesus lhes propõe uma prática: “quando rezardes, dizei: Pai, santificado seja teu nome. Venha o teu reino. Dá-nos a cada dia o pão de que precisamos e perdoa-nos os nossos pecados, pois nós também perdoamos a todos os nossos devedores; e não nos deixeis cair em tentação”.

Na oração de Jesus a primeira súplica é pela união com Deus Pai. A segunda prece é o trabalho pelo Reino. A terceira reza é para matar a fome. A quarta súplica é gratificar-se na sua misericórdia. A quinta súplica é pela proteção da fragilidade humana. A oração de Jesus advoga a comunhão com o Pai; aceitar o convite a experimentar o Reino; alegria e júbilo pela dignidade; a vida favorecida pela misericórdia, com relação a erros cometidos; e orientação para evitar um pecado futuro pela animação sóbria e criativa que decorre os dias.

A oração é a respiração de quem se põe à escuta da vontade de Deus. A experiência de oração é profunda quando cresce a liberdade e a sabedoria interior que transforma a própria pessoa. Nesse caso, a oração é uma bela e santa aventura, plena de coragem em moldar-se à vontade de Deus. Experimenta-se o ser homem de Deus. Chega-se ao estado do ser homem transformado em oração a exemplo de São Francisco de Assis. É transformar-se literalmente na vontade de Deus, de acordo com o que Jesus veio relembrar. Há muitos exemplos de pessoas que conseguiram e conseguem, podemos até conhecer algumas entre nós. São Francisco de Assis foi, na sua humildade, alguém que, de tão bem sucedido no querer seguir Jesus, transformou-se em oração e recebeu o título de "O Outro Cristo".

Nenhum comentário:

Postar um comentário