quarta-feira, 21 de março de 2012

SAÚDE: MALES DELES CRESCEM NELAS

Cada vez mais, as mulheres estão desenvolvendo doenças que, tempos atrás, eram características do sexo masculino. De certa forma, este é o preço que elas pagam pela tão aspirada inserção no mercado de trabalho e pela adoção de hábitos e comportamentos da vida moderna antes restritos à rotina dos homens.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), nunca morreram tantas brasileiras por infarto como nos últimos anos. Há 50 anos, de cada dez mortos por infarto, nove eram homens e uma, mulher. Hoje, essa proporção está em seis homens para quatro mulheres. “Se nada for feito, em pouco tempo as mulheres passarão os homens em mortes por infarto”, afirma Carlos Alberto Machado, membro da SBC. A previsão é de que, em 20 anos, o número de óbitos por doenças cardíacas entre as mulheres ultrapasse o de homens.
Em 2010, 41.211 mulheres foram vítimas de infarto, enquanto os homens ainda lideraram com 57.534 mortes. Já entre todas as doenças cardiovasculares, o que inclui, além do infarto, o AVC (derrame) e doenças hipertensivas, entre outras, a proporção entre homens e mulheres é quase a mesma. Das 320.074 mortes, 52,43% foram de homens e 47,56% de mulheres.
O agravante é que, no caso delas, o infarto é quase assintomático. As mulheres de 45 anos correm 30% mais riscos que os homens da mesma idade de ter um infarto sem dor no peito. Esse índice cai para 25% na faixa entre 45 e 65 anos, e a diferença só vai desaparecer após os 75 anos, segundo a Associação Médica Americana.
“As mulheres adquiriram hábitos como tabagismo e alcoolismo; passaram a sofrer mais com o estresse, em virtude de duplas jornadas; e, como os homens, ficaram mais sedentárias e obesas”, observa o presidente do Departamento de Cardiologia da Mulher da SBC, Orlando Otávio de Medeiros. “Esse contexto praticamente colocou as mulheres em igualdade com os homens nas doenças cardiovasculares”, finaliza.
No Rio Grande do Sul, o governo lançou uma campanha para alertar sobre a crescente incidência de Aids entre as mulheres. Na década de 80, para uma mulher infectada havia 14 homens. Hoje, para cada três homens com Aids, há duas mulheres. Na faixa etária dos 15 aos 19 anos, o número de casos já é maior entre elas. No RS, em 2011, 70% dos casos notificados nessa idade foram entre o público feminino.

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