terça-feira, 11 de outubro de 2011

O BEM QUE VOCÊ FAZ, VOLTA PARA VOCÊ.

Fim de uma tarde chuvosa e fria. Um carro, saído a pouco da concessionária, encostou na calçada. Na condução uma senhora idosa. A condutora já passara dos 60 anos e não residia ali. Um pneu estava arriado e ela não sabia trocar e também não sabia a quem recorrer. Estava num bairro pobre e começou a temer um assalto. Nisso aproximou-se um jovem, parecia pobre e faminto e, na cabeça da condutora, suspeito. Bateu de leve no vidro e prontificou-se a trocar o pneu. Insistiu que a senhora não saísse do carro, pois iria se molhar. Entendia do ofício e em poucos minutos o automóvel estava em condições de prosseguir viagem.
Agradecida, a senhora separou algum dinheiro para dar ao providencial samaritano. Com tranquilidade, o rapaz recusou. Disse chamar-se Lourenço e gostava de ajudar as pessoas. Antes de despedir-se, sugeriu: se a senhora quiser mesmo me pagar, ajude a primeira pessoa que precisar. Logo adiante Ana Maria, a motorista, parou defronte a uma lancheria. Precisava de um momento de reflexão antes de prosseguir a viagem. Uma garçonete, no último estágio de gravidez, atendeu rápida e gentilmente seu pedido. Pouco depois, pagou a pequena despesa e quando ela voltou com o troco, a senhora já tinha partido e deixou um bilhete num guardanapo junto com quatro notas de 100 reais com uma breve explicação: estou pagando uma dívida.
Duas horas após, ainda com lágrimas nos olhos, voltou para casa onde o esposo – Lourenço - a aguardava. Mostrou a ele o dinheiro, suficiente para comprar o berço para seu filho, e explicou que uma senhora distinta deixara o dinheiro com a explicação: estou pagando uma dívida.
Nem sempre o bem feito volta com tanta rapidez. Pode até demorar, mas ele retorna. Isso vale também para o mal. Tudo o que fazemos, de uma maneira ou outra, volta para nós. É um problema de lógica. Uma vez colocadas as causas, as consequências virão. Podemos escolher as sementes que semeamos, mas é inevitável colher aquilo que semeamos.
Cristo reduziu a dois os 630 mandamentos que os Doutores da Lei haviam catalogado e explicou: o amor é a plenitude da lei e adiantou que o julgamento definitivo terá como base o amor.
Não devemos pensar apenas nos grandes gestos de amor. Esses podem acontecer uma ou outra vez na vida. O amor precisa residir no cotidiano, a partir das pequenas coisas. Um amor puro, desinteressado, que não espera recompensa imediata. O bem que a pessoa faz, volta para ela. E mesmo que não voltasse, o bem já traz a recompensa interior e a certeza de estar no bom caminho. São João da Cruz repetia: no anoitecer da vida seremos julgados pelo amor. Deus criou o homem por amor, para amar e ser amado e só neste caminho a criatura será feliz.

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