quarta-feira, 30 de março de 2011

O PERIGO ATÔMICO E A IMPRENSA

Passado o principal impacto das notícias sobre a catástrofe provocada no Japão pelo terremoto seguido de tsunamis, a imprensa segue moderadamente os relatos sobre o agravamento da situação criada por vazamentos na usina nuclear de Fukushima.

Para a população em geral, a ausência do assunto nas primeiras páginas pode dar a entender que a crise está sob controle, mas é em circunstâncias como essa que a falta de atenção inibe medidas preventivas e pode resultar em desastres no futuro.
Uma coleta de reportagens nas edições de quarta-feira (30/3) dos jornais ensina que a detecção de plutônio no solo e a descoberta de alta radioatividade na água, na região da usina, obrigam o governo japonês a decretar estado de "alerta máximo".
O primeiro-ministro japonês Naoto Kan declarou em reunião no Parlamento que a situação continua imprevisível e que o risco de uma catástrofe nuclear total, com a exposição do núcleo dos reatores, ainda não está descartado.
Também está publicado que as autoridades japonesas estudam aumentar a área de isolamento, mudando o alerta de aconselhamento para uma ordem de retirada da população.
Nos últimos dias, algumas reportagens informaram que as autoridades brasileiras estudam novas rotas de fuga em caso de acidente em Angra dos Reis e alguns cientistas manifestaram suas opiniões sobre os riscos da geração nuclear de energia.

Mas a imprensa brasileira segue longe de propor um debate sobre o sistema nacional de energia. Se um desastre nuclear não é suficiente para mover os editores, o que seria?

Nenhum comentário:

Postar um comentário