sábado, 25 de abril de 2009

DESTRUIDOR INTELIGENTE

O homem destrói a natureza porque, estranhamente, não se considera parte dela. Comportamento, no mínimo, estranho. E perigoso. Quem pode desconhecer um único membro do corpo sem sofrer prejuízos?
O homem despreza o de que mais precisa, destrói bens essenciais irrecuperáveis e tenta afastar-se da Natureza como parte integrante de si próprio. E aonde chegou? Ainda não sabemos: o homem se perdeu de si mesmo.
Privilegiado pela inteligência - que usa ilegitimamente como arma -, o homem age como rei absoluto, superior, independente, despótico, que faz o que bem entende com outras formas de vida.
Acintoso, o predador egoísta durante tanto tempo, agora encolhe-se de medo com ameaças de que a temperatura de um planeta expoliado vai aumentar com imprevisíveis conseqüências: o mar já lhe bate à porta, peixes agonizam em rios poluídos ou secos, o verde deserta das lavouras e chuva e gelo não têm controle
O homem perde o poder. Fica de pernas quebradas no caminho que abriu. E cego no deserto que criou. E morre. Contra a vontade, por fim integrado, é merecedor de insólito epitáfio: "Aqui jaz um destruidor inteligente. Nasceu, viveu e morreu só. Integrado à força".

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