quarta-feira, 31 de outubro de 2012

DE ALMA LAVADA CONTRA O ESFORÇO DA GRANDE MÍDIA


A eleição de 2012 entrará para a história. Esforço que envolveu toda a grande imprensa, partidos de oposição e as cúpulas do Poder Judiciário e do Ministério Público, tentou gerar “efeitos políticos” – leia-se uma monumental derrota do Partido dos Trabalhadores e, por conseguinte, do ex-presidente Lula – nas eleições municipais.
Ao fim da tarde de 28 de outubro, porém, no grupo de mídia que mais se empenhou em destruir um partido e o maior líder político da atualidade no Brasil, o jornalista Willian Bonner, com expressão de choro estampada no rosto, teve que admitir que o processo eleitoral deste ano terminou com uma vitória histórica desse partido.
Se o PT não vencesse a eleição em mais nenhuma parte, vencendo só em São Paulo já seria uma derrota sem par do consórcio demo-tucano-pepessista-midiático-judiciário. A vitória retumbante de Fernando Haddad, porém, somou-se a mais de 17 milhões de votos que fizeram o PT emergir do primeiro turno como o campeão brasileiro de votos.
O caráter histórico das eleições de 2012 também se fará acompanhar pelo fenômeno político e social que eclodiu, com o povo brasileiro simplesmente ignorando uma campanha de difamação de Lula e do PT pela mídia que, ao todo, durou 7 anos, mas que, nos últimos três meses anteriores a este 28 de outubro, atingiu as raias do inacreditável.
Centenas de milhões de dólares foram gastos pela grande imprensa brasileira na busca desesperada por fazer o povo brasileiro votar como queriam colunistas, editorialistas e articulistas de jornais, revistas, televisões e rádios. Tudo em vão. O brasileiro, mesmo bombardeado por acusações ao PT, ignorou e deu quase 20 milhões de votos ao partido.
Ao fim, mais uma vez o Brasil e o mundo se voltam a um retirante nordestino que chegou a São Paulo com a roupa do corpo, sofreu o diabo com privações e humilhações e, assim mesmo, tornou-se o pesadelo de uma elite que, desde o descobrimento, jamais teve o menor vínculo com a realidade, preferindo crer nas mentiras que ela mesma inventa.
Viva a Democracia!
Viva a Verdade!
Viva Luiz Inácio Lula da Silva!

segunda-feira, 29 de outubro de 2012

A MORTE. NOSSA ÚLTIMA BRINCADEIRA


Um concurso lançado por uma empresa israelense pode ser sua última chance de tornar-se célebre. O premiado será aquele que morrer primeiro e, neste caso, nem mesmo poderá gozar de seus quinze minutos de celebridade. Para participar, o usuário da Internet precisa gravar um vídeo para ser exibido após sua morte. Nos primeiros dias, cerca de duas mil pessoas se inscreveram.
O primeiro que morrer, entre todos os inscritos, terá o testemunho publicado em sites e portais de todo o mundo.
O programa virtual permite aos internautas gravar uma mensagem de despedida com vídeo e texto para ser publicado na rede social só após a morte de cada um deles. Regulamento prevê que o vídeo não será publicado em caso de suicídio ou quando existir interferências visando antecipar a própria morte. A empresa estima que o primeiro ganhador sairá somente num prazo de vinte meses.
Já que não podemos vencer a morte, procuramos duas maneiras de enfrentá-la. A primeira é, simplesmente, esquecê-la. Fazer de conta que ela não existe. A segunda maneira é tentar brincar com ela. Esta opção foi escolhida pelo israelense Eran Alfronta. Depois de uma vida inteira no anonimato, na humilde rotina do dia a dia, há os que escolhem esta possibilidade para uma “imortalidade” provisória de 15 minutos, mesmo eles estando ausentes.
A morte é uma coisa séria. Sua sombra costuma pairar sobre as pessoas, sobretudo a partir de certa idade. O filósofo espanhol Miguel de Unamuno dizia que o homem é um animal doente, porque sabe que vai morrer. A vida pode ser definida como um aprendizado para a morte. Aprender a morrer é tarefa pessoal e irrepetível. Mas antes disso, precisamos aprender a viver. O tempo é um dom de Deus e nos é dado para nosso amadurecimento.
Viver bem é a melhor maneira de preparar a morte. Mesmo assim, a morte se constitui no momento mais privilegiado da vida.
Na visão apenas humana, a morte é um absurdo. Temos ânsia de viver para sempre e somos finitos. Os primeiros cristãos colocavam na sepultura o dia do nascimento, mas não nascimento para o mundo, mas o nascimento para a eternidade. A ternura de São Francisco descobriu na morte uma irmã, a irmã mais velha que nos entrega ao Pai.
A morte tornará definitivo, não os últimos quinze minutos, mas nosso projeto de vida. É o apito final e vale o resultado do jogo. Mas é um jogo de cartas marcadas.  Para Shakespeare, depois da morte, o mistério; para o cristão, depois da morte a Vida.

BRASILEIRO: ENGOLIDOR DE SAPO UM ATRÁS DO OUTRO

Amigo meu esteve no Japão, convidado a visitar famosa empresa transnacional de produtos eletrônicos. Fabricam-se ali desde computadores a componentes aeronáuticos. Empregam-se mais de 50 mil pessoas. Impressionou-o o ritmo de trabalho. O engenheiro, que lhe serviu de anfitrião e explicou o processo interno da empresa, trabalha de segunda a sábado.
O japonês esclareceu que trabalha também um domingo por mês, e o faz porque a empresa consegue que os funcionários encarem suas tarefas como atividades prazerosas. O cuidado da família, incluídos lazer e cultura, faz parte do projeto da empresa.
Naquela semana, por exemplo, ele tinha como serviço recepcionar o brasileiro, levá-lo aos melhores restaurantes, conhecer algo da arte do país, percorrer pontos turísticos.
Meu amigo perguntou se teria chance de conhecer o presidente da empresa. A resposta o surpreendeu: o presidente se encontrava, por três meses, recolhido a um mosteiro budista, sem sequer utilizar o celular. Ali, desfrutava da tranquilidade necessária para refletir sobre o perfil da empresa... daqui a trinta anos!
Como é possível um executivo de alto nível prescindir do andamento cotidiano da empresa? O anfitrião explicou que o sistema de delegação de funções e tarefas, respaldado na confiança depositada na competência de cada funcionário, permite a executivos em postos de direção se envolverem menos com desafios e problemas do cotidiano.
No Brasil ocorre exatamente o contrário, descreveu meu amigo. Executivos são regiamente pagos para vender a saúde à empresa: vivem dependurados no celular, apagam um incêndio a cada hora, matam três leões por dia, correm de um lado ao outro, raramente têm condições de pensar o empreendimento a longo prazo, e ainda sacrificam a vida familiar, ignorada pela empresa.
Isso vale para a iniciativa privada e o serviço público. Quem comanda, tem a pretensão de monitorar todos os detalhes, nem sempre confia suficientemente nos subalternos, tende a centralizar todo o poder de decisão. Sem a calma necessária para tocar os negócios, extravasa o nervosismo nos companheiros de trabalho, vive brigando com o tempo e modifica a agenda a cada dia.
Não há planejamento estratégico, as metas a serem atingidas sofrem atrasos consideráveis, as reuniões se prolongam mais do que deveriam e nem sempre terminam conclusivas. A cada momento é preciso arrancar a faca da cintura para descascar um novo abacaxi...
O japonês, interessado pelo sistema brasileiro, perguntou como funciona, em nossas empresas e repartições públicas, o método de crítica interna. O visitante, de início, pensou que ele se referia à avaliação dos subalternos pelos superiores. Era o contrário: como os subalternos criticam o desempenho de seus chefes?
O brasileiro ficou perplexo. Ali naquela poderosa empresa se atribui o êxito dos negócios ao fato de ninguém se sentir na obrigação de calar a crítica que lhe parece procedente. A cada dois meses, toda a equipe de um determinado setor se reúne para que sejam ditas e consideradas queixas e propostas, tanto em relação à produção quanto ao trato entre funcionários.
O faxineiro que cuida dos banheiros do setor de embalagem, frisou o japonês, tem o direito e o dever de enviar ao presidente da empresa uma crítica, ainda que de caráter pessoal. E a cultura que se respira ali dentro permite que isso não redunde em retaliação ou ressentimento. Todos os dias, nos primeiros minutos do horário de trabalho, os funcionários são convidados a praticar meditação, o que apazigua espíritos e favorece a amizade.
Muito diferente do Brasil, frisou meu amigo. Aqui o chefe finge acreditar que todos o admiram e todos fazem de conta que estão muito satisfeitos com o desempenho do chefe. E haja estresse, gastrite, depressão, e até consumo de drogas, para suportar o macabro exercício cotidiano de engolir um sapo atrás do outro.
Meu amigo retornou convencido de que não há lucro a longo prazo sem investimento em recursos humanos a curto prazo.

FAMÍLIA EM DADOS DO IBGE

Situação dos filhos

Pela primeira vez, o IBGE pesquisou a situação dos filhos nas famílias. A coordenadora da pesquisa, Ana Lúcia Sabóia, chama a atenção para essa nova classificação, ‘famílias reconstituídas’, que somam 16% das famílias brasileiras. “Até então, o Brasil era um mar de tranquilidade, todo mundo era casal com filho, mas você não sabia filhos de quem. Mudou. Você ouve falar do casal: o meu filho, o seu filho e os nossos filhos”, explicou. Em 84% das unidades, todos os filhos são dos casais.

Morando sozinho

A proporção de unidades domésticas unipessoais (com apenas um morador) passou de 9,2%, em 2001, para 12,1% em 2010. Muito distante ainda de países escandinavos (38% na Noruega, 37% na Finlândia, 36% na Dinamarca), mas já preocupando pela questão econômica e pelo comportamento.

União conjugal

Pela primeira vez, o contingente de pessoas vivendo em união conjugal supera a metade da população (50,1%). Desse total, subiu de 28,6% para 36,4% o percentual de pessoas vivendo em uniões consensuais. Por outro lado, diminuiu de 49,4% para 42,9% a proporção de cônjuges que optaram pelas uniões religiosas ou civis, sendo maior a queda do casamento religioso.

Raça predomina
A raça é fator predominante na escolha de parceiros conjugais. 70% dos casamentos no Brasil ocorrem entre pessoas de mesma cor. a incidência é maior entre os brancos (74,5%), pardos (68,5%) e índios (65%), neste caso, relacionado à preservação dos povos. A renda também influencia.

Separações em alta
Em dez anos, a formalização de separações cresceu 20%, passando de 11,9% para 14,6%. Um dos fatores para esse aumento é a facilidade na emissão do divórcio para casais sem filhos, a partir de 2007. A medida influenciou a escalada do número de divorciados, de 1,7% para 3,1%.

Rumo de migrantes

Os 9,5 milhões de nordestinos migrantes são maioria (53%) entre os 17,8 milhões de pessoas que residem em região diferente da que nasceram, sendo 66% no Sudeste. Pela pesquisa Nupcialidade, Fecundidade e Migração, o Sudeste também é o principal destino de 66% dos 600 mil estrangeiros que moravam no Brasil em 2010, seguido do Sul.

VALE A PENA INVESTIR NO AMOR

Acreditar que Deus crê em mim é a lógica do amor que sempre começa com a iniciativa divina. “Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele que nos amou primeiro!” ). O fato decisivo que confirmou a conversão de Paulo aconteceu desde o momento em que ele se deu conta do quanto Deus nele acreditava e qual era o preço de tal credibilidade. Isto ele o declara quando proclama: “Ele me amou e se entregou por mim!”.
Todo o acontecimento Jesus Cristo em sua vida, paixão, morte e ressurreição é um hino de credibilidade à dignidade humana. Daí o respeito e a reverência que Cristo sempre revelou em suas palavras, em seus encontros e em suas ações redentoras. Para Ele não havia vida humana que não pudesse ser salva. Aos menos acreditados da sociedade, Cristo confirmou toda a credibilidade, a ponto de dar a vida.
Apesar de todas as negações e traições, Cristo nos amou até o fim. Foi fiel ao projeto do Pai. Sua morte confirma que ninguém acreditou tanto na vida quanto Cristo. Sua Ressurreição confirma o quanto valeu a pena investir no amor.

OS MUNICÍPIOS MAIS RICOS


Os municípios mais ricos estão concentrados em duas regiões brasileiras. Entre os 47 municípios bilionários, ou seja, aqueles com receita orçamentária anual superior a R$ 1 bilhão, 33 estão localizados no Sul e Sudeste. A região Norte tem apenas dois, o Centro-Oeste tem três e o Nordeste, 9. Nessas três últimas regiões, todos abrigam as capitais estaduais. Apenas o Sul e o Sudeste possuem municípios bilionários no interior - 26, mais da metade do total, entre eles Caxias do Sul, que projeta crescimento de R$ 1,3 bilhão para 2013.
Os dados fazem parte de estudo sobre os municípios bilionários elaborado pelo economista e geógrafo François Bremaeker, da Associação Transparência Municipal. Os 47 representam apenas 0,84% do total, mas têm receita orçamentária de R$ 164,347 bilhões neste ano, o que corresponde a 37% do montante de recursos disponíveis do conjunto de municípios brasileiros, diz o estudo.
Mas ser bilionário não significa, necessariamente, ter mais recursos para gastar com a oferta de serviços à população. Quanto maior a receita orçamentária per capita, maior é a disponibilidade de recursos da prefeitura para investir em saúde, educação, saneamento, obras de infra-estrutura, entre outras. Em 2010, último dado disponível, a receita orçamentária per capita média dos municípios era de R$ 1.699,55 e a dos 47 bilionários, de R$ 2.141,63.
A receita orçamentária per capita, no entanto, é um indicador que depende do porte demográfico do município. Nos 47 bilionários vivem 56,1 milhões de habitantes, 29,58% da população brasileira, não computados Brasília e Fernando de Noronha.
Elite - Outros fazem parte de uma elite nacional. Entre os 47 municípios bilionários, 10 possuem receita orçamentária per capita superior a R$ 3,7 mil. Desses, apenas dois abrigam capitais. Isto significa que a maior disponibilidade de recursos para suprir as demandas dos cidadãos está em mãos de prefeituras do interior do país. Outros dados apresentados por Bremaeker nos estudo confirmam essa realidade. “Os três municípios bilionários com receita orçamentária per capita superior a R$ 7 mil são do interior. Entre os sete municípios com valor acima de R$ 4 mil, apenas um deles abriga capital”, destaca.

NOS CEMITÉRIOS REPOUSAM NOSSAS SAUDADES, LEMBRANÇAS E VIVENCIAS

A morte sempre é um acontecimento desestruturador da vida social e familiar. Para que haja a superação deste tão grande sofrimento, a humanidade foi construindo rituais que buscam recompor a nossa existência, de tal sorte que continuemos tendo motivos suficientes para uma vida de sentido. Precisamos construir sentido de vida pois, sem este, nossa vida não se sustenta e não se justifica.
Visitar os túmulos dos nossos entes queridos tem dois significados: a elaboração do luto e a referência a um lugar afetivo. Nos cemitérios repousam as nossas mais recônditas lembranças, memórias, saudades, vivências. Retomá-las, dando-lhes novas significações, renova nossa vida, estrutura nossa fé.
O culto aos mortos não deixa de ser o culto à nossa própria experiência existencial. Somos, de certo modo, a continuidade daquilo que foi projetado (como visão de futuro) por nossos antepassados. Foram eles que nos antecederam na sua experiência concreta de vida, dando-nos seu exemplo, mostrando-nos caminhos e possibilidades.
Vincular-se aos nossos antepassados é admitir que a nossa existência segue porque foi marcada por muitos que nos antecederam, deixando profundas marcas em nossa existência. Como bem disse o poeta Gonzaguinha: “...aprendi que se depende sempre/ De tanta, muita, diferente gente/ Toda pessoa sempre é as marcas das lições diárias de outras tantas pessoas/ E é tão bonito quando a gente entende que a gente é tanta gente onde quer que a gente vá/ E é tão bonito quando a gente entende que nunca está sozinho, por mais que pense estar”.
A visita aos cemitérios tem, para os cristãos, o sentido da esperança na ressurreição. Velas, flores e cruzes traduzem a crença na vida nova em Cristo. As velas carregam o simbolismo do batismo e de nossa vivência da fé. Ao acendermos as velas para nossos entes queridos, estamos reafirmando nossa fé e a esperança na vida eterna. As flores expressam nossos sentimentos de dor, de saudade, de carinho, de alegria e de esperança de um reencontro. As cruzes falam de nossa fé e de nossa certeza de que a vida não acaba com nossa morte física.
Não temos motivos para tristeza no dia de finados, mas muitas razões para renovar nossa esperança e revisar a nossa existência. As comunidades religiosas são, sobretudo, o lugar onde fazemos a memória de nossos mortos, buscando apreender de seus ensinamentos, exemplos e virtudes. Quem tem uma comunidade e leva uma vida comunitária vive mais feliz. A comunidade, por sua vez, é o espaço em que lapidamos o nosso ser pessoal e social, onde ousamos viver a nossa subjetividade, buscando o reconhecimento.

MEGA TEMPLO PARA 100 MIL PESSOAS


Presenças ilustres, que incluem a presidente Dilma Rousseff, deverão comparecer no dia 2 de novembro, às 11 horas, das cerimônias de inauguração do Santuário Mãe de Deus, em Interlagos, zona sul de São Paulo (SP). Maior templo católico do Brasil, com capacidade para 100 mil pessoas, a obra é uma iniciativa do padre Marcelo Rossi e do bispo de Santo Amaro, dom Fernando Figueiredo.
Projetado por Ruy Ohtake, o santuário terá um palco de 430 m², 250 banheiros e 800 vagas de estacionamento. O teto do santuário se eleva em forma de onda, até atingir 22 metros de altura. Com 5 mil m², a igreja comporta 30 mil pessoas sentadas, em bancos de madeira, e outras 70 mil de pé, dentro e fora da nave.
Todos os dias haverá missa, e uma cruz de 42 metros, no alto do santuário, servirá de indicação às pessoas para encontrarem o local. “Nós queremos que o santuário seja um lugar de acolhimento, para que as pessoas possam ser levadas à oração, sentir a presença divina”, salienta padre Marcelo. “Acho que o nosso povo precisa de igreja grande. Sei que as pessoas estão com sede de Deus e querem ser acolhidas, se emocionar”.
Iniciadas em 2006, as obras do santuário Theótokos (Mãe de Deus, em grego) quase pararam há três anos, por falta de recursos. Foi quando padre Marcelo quebrou a perna e o tempo que o deixou parado serviu que ele escrevesse o livro Ágape, que vendeu quase 9 milhões de exemplares. A renda do best-seller, dos CDs e de outros livros permitiu a retomada e a conclusão da obra.
Além do santuário Mãe de Deus, que servirá de catedral da diocese de Santo Amaro, outros megatemplos estão em construção no país, como a catedral Cristo Rei, em Belo Horizonte, para 25 mil pessoas; o santuário do Divino Pai Eterno, em Trindade (GO), para 10 mil fiéis: e o santuário do Pai das Misericórdias, da Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP), também para 10 mil pessoas.

VETOS DESAGRADAM E VÃO AO SENADO

Acabou a flexibilização para a recuperação de áreas de preservação permanente (APPs) nas margens de rios. Esse é o principal dos nove vetos presidenciais à Medida Provisória do Código Florestal, aprovado pelo Congresso Nacional em setembro. Eles foram publicados no Diário Oficial da União. Com o veto sobre o artigo 61º-A, propriedades com 4 a 10 módulos fiscais vão ter que recuperar 20 metros de largura para rios com até 10 metros de largura.
Na versão anterior eram 15 metros, contados da borda da calha do leito regular, para imóveis com área superior a 4 e até 15 módulos fiscais, nos cursos d’água naturais com até 10 metros de largura (ver quadros).
Outro veto trata da impossibilidade de utilizar árvores frutíferas na recomposição de reservas legais. “Não teremos áreas de pomar permanente”, afirmou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. A presidente da Confederação Nacional da Agricultura, Kátia Abreu, é favorável à proibição de recuperar APPs com frutíferas. “O plantio de frutíferas em larga escala só é viável com o uso de agroquímicos. Esse plantio em larga escala vai contaminar rios e nascentes”, alertou Kátia.
Para ela, embora não seja um texto que satisfaça todo o setor agropecuário, o código dá segurança jurídica a partir de agora. Em nota oficial a Contag cita que apesar de não ser o ideal, o novo Código Florestal é exequível e define regras claras para os produtores rurais continuarem produzindo com qualidade e sustentabilidade, aliando produção e preservação ambiental.
Já para os ambientalistas, serão grandes os impactos provocados pelas suspensões. “É uma lei de legalização do desmatamento”, resumiram. E a Frente Parlamentar da Agropecuária classificou as mudanças “como um golpe do Palácio do Planalto.”

LEITE DE OVELHA ESTÁ ENTRANDO NO CARDAPIO

As ovelhas que, até então, eram usadas somente para produção de lã e de carne, agora são fonte de leite, usado para fabricar iogurtes, queijos e até sorvete. Segundo a Embrapa Caprinos e Ovinos, o rebanho de ovinos leiteiros varia de 12 a 14 mil ovelhas no país. “Muitas dessas ovelhas ainda não são ordenhadas porque há empreendimentos em fase de estruturação”, observa o pesquisador Octávio Rossi de Morais.
Conforme o pesqquisador, as maiores concentrações estão no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina, mas há algumas criações em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, bem como outras isoladas no Distrito Federal e no Rio Grande do Norte.
Foram os gaúchos que introduziram os ovinos leiteiros no país, em 1992, mas Santa Catarina conseguiu superar o Estado gaúcho. É lá que foi criada a Associação Brasileira dos Criadores de Ovinos Leiteiros, sediada em Chapecó, e que a pesquisa ganhou fôlego com os estudos da Epagri. “O plantel catarinense gira em torno de 3.000 animais”, informa o presidente da Associação, Erico Tormen.
Para a produção ter sucesso é preciso que cresça o consumo e que os produtos sulinos se espalhem pelo país. Enquanto o Rio Grande do Sul tem laticínios com Serviço de Inspeção Federal, Santa Catarina ainda aguarda o aval do governo federal para vender seus produtos no mercado da região Sudeste.

RESPEITO E MAIS DIREITOS PARA OS IDOSOS

Todas pesquisas demográficas recentes deixam claro que a população brasileira está envelhecendo. A mais recente, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que a taxa de fecundidade despenou de 6,28 filhos, em 1960, para 1,9 filho, em 2010. A taxa atual está abaixo do nível de reposição (2,1 filhos por mulher), o que reduz o número de crianças enquanto há o aumento proporcional de pessoas com idade avançada. Hoje, dos 195,2 milhões de brasileiros, 12,1% (23,6 milhões) têm 60 anos ou mais de idade.
O envelhecimento da população não é exclusividade do Brasil. Países europeus convivem com esse fenômeno há décadas e fornecem uma lição: se lá, com planejamento, economias desenvolvidas e serviços sociais avançados e abrangentes, surgiram dificuldades para garantir um padrão razoável de vida aos aposentados, dá para se imaginar o que deverá ocorrer por aqui dentro de 20, 30 anos.
Para atender aos idosos é necessário que jovens e adultos produzam e paguem impostos. Mas a questão não se resume a recursos financeiros – passam pela implantação de medidas, execução de obras, alteração de leis, adequação se comportamento...
É fundamental estabelecer políticas públicas específicas. E isso vai além da (relevante) aprovação da profissão de cuidador de idoso. A infraestrutura das cidades é carente em acessibilidade; prédios dificultam deslocamentos; não há esquema especial de segurança; urge recompor o poder de compra dilacerado por vergonhosas aposentadorias...
Tão ou mais importante que essas ações é despertar, principalmente em jovens e adolescentes, a conscientização sobre a importância de uma convivência harmoniosa com os idosos. É preciso fortalecer o respeito e dinamitar o preconceito para que se estabeleça justiça a quem tanto construiu e merece desfrutar a etapa final da sua vida com um mínimo de conforto e dignidade.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

CUIDAR O DIA DE HOJE

Um ensinamento crucial é que só devemos nos ocupar efetivamente daquilo que está sob nosso controle. Você cruza uma manhã com seu chefe no elevador e ele é efusivo. Você ganha o dia. Você o encontra de novo e ele é frio. Você fica arrasado. Daquela vez ele estava bem-humorado, daí o cumprimento caloroso, agora não. O estado de espírito de seu chefe não está sob seu controle. Você não deve nem se entusiasmar com tapas amáveis que ele dê em suas costas e nem se deprimir com um gesto de frieza. Você não pode entregar aos outros o comando de seu estado de espírito.
“Não é aquele que lhe diz injúrias quem ultraja você, mas sim a opinião que você tem dele”, disse Epitecto. Se você ignora quem o insulta, você lhe tira o poder de chateá-lo, seja no trânsito, na arquibancada de um estádio de futebol ou numa reunião corporativa. Não são exatamente os fatos que moldam nosso estado de espírito, pregou Epitecto, mas sim a maneira como os encaramos. Um dos desafios perenes da humanidade, e as palavras de Epitecto são uma lembrança eterna disso, é evitar que nossa opinião sobre as coisas seja tão ruim como costuma ser. A mente humana parece sempre optar pela infelicidade.
Outra lição essencial dos filósofos é não se inquietar com o futuro. O sábio vive apenas o dia de hoje. Não planeja nada. Não se atormenta com o que pode acontecer amanhã. É, numa palavra, um imprevidente. Eis um conceito comum a quase todas as escolas filosóficas: o descaso pelo dia seguinte. Mesmo em situações extremas. Um filósofo da Antiguidade, ao ver o pânico das pessoas com as quais estava num navio que chacoalhava sob uma tempestade, apontou para um porco impassível. E disse: “Não é possível que aquele animal seja mais sábio que todos nós”.
O futuro é fonte de inquietação permanente para a humanidade. Tememos perder o emprego. Tememos não ter dinheiro para pagar as contas. Tememos ficar doentes. Tememos morrer. O medo do dia de amanhã impede que se desfrute o dia de hoje. “A imprevidência é uma das maiores marcas da sabedoria”, escreveu Epicuro. Nascido em Atenas em 341 AC, Epicuro, como os filósofos cínicos, foi uma vítima da posteridade ignorante. Pregava e praticava a simplicidade, e no entanto seu nome ficou vinculado à busca frívola do prazer.
Somos tanto mais serenos quanto menos pensamos no futuro. Vivemos sob o império dos planos, quer na vida pessoal, quer na vida profissional, e isso traz muito mais desassossego que realizações. O mundo neurótico em que arrastamos nossas pernas trêmulas de receios múltiplos deriva, em grande parte, do foco obsessivo no futuro. Há um sofrimento por antecipação cuja única função é tornar a vida mais áspera do que já é. Epicuro, numa sentença frequentemente citada, disse que nunca é tarde demais e nem cedo demais para filosofar. Para refletir sobre a arte de viver bem, ele queria dizer. Para buscar a tranqüilidade da alma, sem a qual mesmo tendo tudo nada temos a não ser medo. Também nunca é tarde demais e nem cedo demais para lutar contra a presença descomunal e apavorante do futuro em nossa vida. O homem sábio cuida do dia de hoje. E basta.

ELEIÇÃO SÓ ACABA QUANDO TERMINA


A direita midiática está perplexa, boquiaberta, estarrecida, desorientada. Nesse estado de profunda confusão mental, ao não entender como é possível que mais um plano infalível contra Lula e o PT tenha dado errado, produz aberrações como a da colunista da Folha de São Paulo Eliane Cantanhêde, que, na última sexta-feira, comparou Lula à ditadura militar.Outros, por força das próprias besteiras que proferiram, têm que se render ao fato de que todo o esforço dos veículos de comunicação que o PSDB comprou com dinheiro público, foi em vão.Fernando Rodrigues, também colunista da Folha, havia escrito naquele jornal sobre a improbabilidade da vitória de Fernando Haddad, que, ocorrendo, seria um dos maiores fenômenos eleitorais da história. Exageros à parte, na coluna deste sábado ele se dá conta do erro que cometeu. Abaixo, sua coluna deste sábado, 20 de outubro.


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FOLHA DE SÃO PAULO

20.10.2012

FERNANDO RODRIGUES

Hegemonia PT 3.0


BRASÍLIA – Fernando Haddad protagonizou uma das mais espetaculares recuperações numa campanha para prefeito de São Paulo e deve dar ao PT, dizem as pesquisas, o comando da maior cidade do país.A eleição paulistana é um passo relevante no projeto de hegemonia política do PT. Nenhum partido cresce de maneira orgânica e consistente como o PT a cada disputa municipal. A sigla sempre se sai melhor.PMDB, PSDB, DEM (o antigo PFL) e outros já tiveram dias de glória, mas acumulam também vários revezes. O PT, não. Só cresce.Embora já tenha vencido em São Paulo duas vezes (em 1988, com Luiza Erundina, e em 2000, com Marta Suplicy), agora com Fernando Haddad é uma espécie de PT 3.0 que pode chegar ao poder.Não há outro partido da safra pós-ditadura militar que tenha conseguido fazer essa transição de gerações. O poderio sólido e real que o PT constrói encontra rival de verdade apenas na velha Aliança Renovadora Nacional (Arena), a agremiação criada pelos generais para comandar o Brasil -com a enorme diferença de hoje o país viver em plena democracia.Alguns dirão que o PMDB mandou muito no final dos anos 80. Mais ou menos. Tratava-se de um aglomerado de políticos filiados a uma mesma sigla. Não havia orientação central.O PSDB ganhou em 1994 o Planalto e os governos de São Paulo, Rio e Minas Gerais. Muito poder. Só que os tucanos nunca tiveram um “centralismo democrático” (sic) “à la PT”.No dia 28 de outubro, há indícios de que o PT novamente sairá das urnas como o grande vencedor nas cidades com mais de 200 mil eleitores, podendo levar pela terceira vez a joia da coroa, São Paulo.Ao votar dessa forma, o eleitor protagoniza duas atitudes -e não faço aqui juízo de valor, só constato. Elege seu prefeito e entrega à sigla de Lula um grande voto de confiança para fazer do PT cada vez mais um partido hegemônico no país.

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A mera comparação do texto acima com tudo o que esse e outros pistoleiros do Partido da Imprensa Golpista previram sobre o PT há algumas semanas revela o tamanho da incompetência dessa gente para fazer análises políticas… Ou não.Afinal, o que a pistolagem midiática disse antes fora apenas torcida (ainda que consciente), forjada na crença em uma força da mídia que começou a sumir em 2002.Ainda assim, será estudado, por décadas, o fenômeno que se produziu nas eleições de 2012, quando fracassou miseravelmente o maior ataque comunicacional que um partido e um líder político já sofreram no Brasil em mais de um século de vida republicana, operação empreendida ao custo de centenas de milhões de dólares.No primeiro turno da eleição de 2012, até as pesquisas de opinião foram recrutadas para tentarem impedir o que o articulista da Folha reproduzido logo acima constata enquanto se vê atolado até o nariz na frustração do fracasso.A certeza de que a mídia perdeu quase todo o seu poder histórico de manipular o eleitorado brasileiro, nunca foi tão grande. Até porque, tentativa de manipulação eleitoral como a que se viu em 2012, é inédita. O partidarismo, que era só da mídia, chegou às cúpulas do Judiciário e do Ministério Público, forjando uma maquina política jamais vista.Como? Quando? Onde? Por que? A mídia, a direita mais vil, reacionária, corrupta e cara-de-pau está atônita, desorientada, perguntando-se o que foi que a atingiu.O PT continua uma força eleitoral que o desconhecimento sobre o povo brasileiro de que essa gente padece a impede de entender, pois só quem se beneficiou das políticas vitoriosas do governo Lula na década passada, e das do governo Dilma Rousseff nesta, sabe por que ninguém mais dá bola a Globos, Folhas, Vejas e Estadões.Dito tudo isso, porém, este blog, que durante os últimos meses jamais hesitou em confiar na revolução social que Lula, o PT e Dilma promoveram no Brasil, agora vem fazer um apelo à militância do partido.A vitória do PT em São Paulo no próximo dia 28 de outubro será um duro golpe no golpismo que o julgamento do mensalão açulou entre as forças corruptas do atraso que ainda infelicitam o Brasil. Até porque, Haddad emerge como uma liderança que, seguramente, dá o primeiro passo para uma carreira política de perspectivas ilimitadas.Se Haddad fizer o que é preciso fazer para civilizar São Paulo durante os próximos oito anos em que poderá governar a cidade, em 2022, então quase sexagenário, ele estará apto a disputar a Presidência da República. Não é pouco.Todavia, tudo o que foi dito neste artigo não passa de mera especulação. Inclusive a vitória de Haddad. Isso porque, simplesmente, ninguém ganhou coisa nenhuma até agora, pois pesquisa não é eleição, que só acaba quando termina – ou seja: quando o último voto for apurado.Nesse aspecto, a larga vantagem de Haddad sobre José Serra é um tanto quanto perigosa pelo potencial desmobilizador da militância que encerra. E isso quando se sabe que a vitória dele que vai se desenhando se deve, em imensa parcela, ao trabalho infatigável dessa militância gigantesca com que o PT conta desde a sua fundação.Disse bem o presidente do partido, Rui Falcão, quando, semanas atrás, avisou à direita que o PT reage ainda mais quando acuado. E foi o que se viu. Este militante, apesar de não ser filiado, entendeu que militar pela eleição de Haddad era militar pela democracia em um momento em que políticos, jornalistas e até juízes inescrupulosos tentavam estuprá-la.Porém, a perspectiva de vitória do PT no único lugar em que a direita midiática jamais admitiu que pudesse ocorrer não só pela confiança na burrice do povo que acalenta, mas pelo potencial de tal vitória se tornar um golpe mortal, já pôs a mídia e os tucanos em desespero.No dia em que escrevo, faltam mais oito dias para a eleição. Revendo as experiências dos últimos vinte e tantos anos, o que se sabe é que, na reta final, a direita midiática sempre forjou algum escândalo para derrotar o PT. Desde 1989 é assim e parece difícil que isso mude agora.Até o dia 28, portanto, parece quase impossível que PSDB, Folha, Estadão, Globo ou Veja não tentem uma última cartada contra Haddad, pois, como não é segredo para ninguém, a eleição paulistana virou nacional. E o quadro se agrava por a disputa envolver o político brasileiro mais sujo deste século, José Serra, capaz de tudo para vencer uma eleição.Respeitosamente, portanto, ciente de que sou apenas mais um militante nessa luta encarniçada contra o obscurantismo midiático-reacionário, venho conclamar a militância petista (filiada e simpatizante) a atuar como se Haddad e Serra estivessem empatados. Esse é o espírito que precisa nos nortear até o fechamento das urnas.                                       Conversa Afiada - Paulo Amorim

VENCER UMA BATALHA, NÃO É VENCER UMA GUERRA.

Pensaram que era uma guerra, mas, ao buscarem despojos entre os escombros, descobriram que a luta sangrenta, que de fato venceram, não passou de uma batalha. Guerras, como se sabe, dão tudo aos exércitos vencedores. Batalhas não. Só servem para tomar posições ao inimigo, mas não premiam com o objetivo final da guerra.
Sim, venceram uma grande batalha. Invadiram a fortaleza inimiga, fincaram bandeira e aprisionaram generais – literalmente. Agora, arrastam-nos pelas ruas do espectro eletromagnético. Maltrapilhos, feridos, acorrentados, José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares e João Paulo Cunha são exibidos como troféus pelas hordas midiáticas.
Mervais, Noblats, Azevedos, Cantanhêdes, Malafaias, Serras e que tais conduzem, meditabundos, o cortejo de flagelação que exibe para a cidadela capturada os líderes subjugados. Mas, de dentro da gaiola em que os prisioneiros são mantidos, um gesto: Dirceu, mais uma vez, levanta e exibe os grilhões. E sua voz, desafiadora, ainda se faz ouvir.
Sim, eles ainda controlam super soldados do STF capazes de produzir estrondos com o menear de um dedo. Todavia, agora se dão conta de que o inimigo ainda controla os macro movimentos do oceano eleitoral, que, em breve, derramará um vagalhão democrático que a tudo engolfará.
Os despojos dessa Batalha sanguinolenta, pois, não passaram de Dirceu e Genoino, em última análise. Só que eles já haviam sido capturados antes. E em condições muito mais adversas.
Aquela guerra que foi tirar o Brasil da ditadura que os mesmos de hoje implantaram ontem, no entanto, eles perderam. O regime ditatorial que dizem ter sido “mal necessário” – como se algum mal pudesse sê-lo –, caiu. E aqueles verdugos operosos, altivos e arrogantes são hoje apenas uma sombra do que foram outrora.
Hoje, não passam de velhotes – ou velhacos – tímidos, frágeis, que já vão sendo encurralados pela (Comissão da) Verdade, pelo eco de seus crimes.
Após uma década, sonharam que era chegada a hora de dividirem, aos tabefes, os despojos almejados. Não aconteceu. Venceram, sim, a Batalha do Mensalão e, covardes, tripudiam sobre os capturados. Mas estes permanecem de cabeças e grilhões erguidos para lembrá-los de que vencer uma batalha não é vencer a guerra, que continua.
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terça-feira, 23 de outubro de 2012

A ALEGRIA PRECISA SUPERAR O MEDO.

Após ter lido todos os grandes autores de psicologia e ter acumulado teses sobre o comportamento dos homens e mulheres, um pesquisador resolveu conhecer a vida real das pessoas. A tristeza foi a nota dominante na maioria dos entrevistados. Inicialmente encontrou um grupo de mulheres que saia de uma igreja e apontaram o motivo de sua tristeza: temos medo de perder o céu. Diferentes grupos esclareceram que tinham medo de perder a saúde e o dinheiro. Muitos estavam preocupados com aquilo que o futuro lhes reservava. Por fim encontrou um grupo de pessoas que se mostrava muito feliz. Um deles explicou ao sábio o motivo do seu estado de ânimo: procuramos viver com intensidade o momento presente, fazendo o bem e cultivando a paz.
Como os demais, eles tinham problemas, que procuravam solucionar. Não perdiam tempo com o passado, que já não mais lhes pertencia, nem com o futuro, ainda desconhecido. Empregavam todo o esforço para viver o momento presente. Para eles, a vida era um milagre contínuo. Cada dia era uma nova página, uma nova surpresa, que exigiam toda sua atenção. Mais: estavam convencidos que havia muito mais coisas a festejar do que a lamentar.
O medo, quando moderado, é um aliado nosso. Ele aponta eventuais perigos que devem ser evitados ou superados. Se isto não acontecer, a pessoa acaba paralisada, na defensiva. Existia um rato que tinha medo do gato. Por sua vez, o gato tinha medo do cachorro, que tremia diante do tigre. Este tinha medo do caçador e o caçador temia a própria esposa, que tinha um medo doentio pelo rato. O círculo se quebra quando o medo for superado.
É muito comum encontrar pessoas avarentas. Sofrem privações, não usam o dinheiro com medo que ele possa faltar amanhã. Há pessoas que se privam de tudo, guardando o dinheiro para uma eventual doença. As preocupações com o futuro impedem viver o presente. Seus horizontes são sempre sombrios, toldados de nuvens com medos injustificados diante de ameaças pouco prováveis. E com isto perdem a beleza da vida, perdem a dimensão de tudo o que é positivo.Sofrem por antecedência.

QUE TEU ALIMENTO SEJA O TEU REMÉDIO...


A partir de 1945, o dia 16 de outubro foi definido como Dia Internacional da Alimentação. Num universo em que 800 milhões de pessoas passam fome, entende-se por fome o não acesso à alimentação saudável, de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente.O Dia Mundial da Alimentação nos convida a refletir sobre o modo como nos alimentamos, como cuidamos da saúde através do que comemos ou deixamos de comer. Hipócrates, pai da medicina, que viveu 90 anos, e quatro séculos antes de Cristo, dizia: “Que teu alimento seja teu remédio e que teu remédio seja teu alimento”. Sabemos que todo ser vivo (humano, animal, vegetal), bem nutrido dificilmente adoece. Assim acontece também em nosso organismo; as doenças nos atingem quando estamos mais debilitados.
“Eu vim para que todos tenham vida e a tenham plenamente”. Ou seja, não basta viver; é preciso viver bem. E para viver bem é preciso se alimentar bem, com alimentos sadios e nutritivos; é preciso uma política pública que favoreça e promova isto. 

MUITO TRISTE: CRIANÇAS FORA DA ESCOLA.

O dado, divulgado pelo IBGE em fins de julho, é alarmante: 3% do total de crianças brasileiras de 6 a 14 anos se encontram fora da escola, o que representa quase 1 milhão de excluídos dos bancos escolares.
Se incluirmos o contingente de 4 e 5 anos e de 15 a 17, o percentual aumenta para 8%, ou seja, 3,8 milhões de crianças e adolescentes.
O Amazonas é o Estado que apresenta maior número de crianças de 6 a 14 anos fora da escola – 8,8%. Ali, as distâncias e as dificuldades de transporte pesam no índice. Já Santa Catarina aparece na pesquisa como o Estado onde há maior inclusão escolar. Apenas 2,2% daquela faixa etária estão fora da escola.
Nenhum Estado do país conseguiu, até hoje, incluir todas as crianças de 6 a 14 anos na escola. A pesquisa do IBGE revela ainda que, dessas crianças desescolarizadas, 62% já frequentaram a escola por algum tempo, mas abandonaram os estudos.
As razões da evasão escolar precoce são muitas. As mais frequentes, porém, são a falta de interesse (falha pedagógica dos educadores), repetência, gravidez precoce e o imperativo de ingressar no mercado de trabalho para ajudar a família.
A desescolaridade provoca na criança e no adolescente baixa autoestima, tornando-os vulneráveis a propostas ilusórias de enriquecimento e consumismo fáceis através do tráfico de drogas e outras práticas criminosas.
O programa “Todos pela educação”, estabelece cinco metas até 2022, data do bicentenário da independência do Brasil:
1) 98% das crianças e jovens entre 4 e 17 anos devem estar matriculados e frequentando a escola; 2) 100% das crianças deverão apresentar as
habilidades básicas de leitura e escrita até o final da 2ª série ou 3º ano do ensino fundamental; 3) 70% ou mais dos alunos terão aprendido o que é essencial para a série que cursam; 4) 95% ou mais dos jovens brasileiros de 16 anos deverão ter completado o ensino fundamental e 90% ou mais de 19 anos deverão ter completado o ensino médio;
5) O investimento público em educação básica deverá ser de 5% ou mais do PIB.
São metas elementares e, no entanto, essenciais para qualificar as gerações futuras e permitir ao nosso país acesso ao desenvolvimento sustentável com justiça social.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), no mundo 215 milhões de meninos e meninas trabalham para sobreviver ou complementar a renda de suas famílias. Dessas crianças, metade está exposta a condições degradantes de trabalho, como escravidão, servidão por dívidas, exploração sexual com fins comerciais e atuação em conflitos armados.
O governo brasileiro já desenvolve intensa campanha contra a exploração sexual de crianças e o trabalho infantil. No entanto, é preciso aprimorar o combate a toda forma de violência contra crianças, em especial no âmbito familiar. Há que considerar também como violência à infância a extrema pobreza e determinados conteúdos do ciberespaço, pelo qual atuam os pedófilos e disseminadores de pornografia.

A FÉ É MUITO IMPORTANTE

A fé humana joga com a necessária confiança. Na confiança nos abrimos aos outros com mais segurança. A desconfiança é sempre uma antecipação de juízo que nos distancia dos outros e pode nos levar ao isolamento. Na vida real é preferível deixar-se enganar por confiar, do que viver desconfiando de todos e morrer na solidão.
A fé religiosa busca assegurar-se na relação com Deus, como raiz primeira e última de nossa existência. Esta fé religiosa, antes de ser uma ideia, é uma experiência envolvente, decorrente de nosso próprio viver. Aos cidadãos de Atenas, no meio do Areópago, Paulo proclama: “Deus não está longe de cada um de nós. Nele vivemos, nos movemos e existimos!”.
A adesão pessoal ao outro é indispensável para a vida. Nós não podemos nos imaginar desvinculados, numa redoma de isolamento.
O viver é comunhão! Todo o nosso ser,
desde a configuração do corpo, está voltado para o outro. Nossos sentidos são janelas de comunhão, graças à qual a vida se torna significativa e irradiante. Por meio da fé, a pessoa rompe com sua solidão, sente-se motivada para as tarefas mais árduas, pois assim nosso viver se torna útil e significativo.
A fé humana e a fé religiosa nos fazem caminhar no terreno da esperança. Quando se confia plenamente em alguém, espera-se dele algo importante para o futuro. Assim deveria ser a união conjugal na edificação de um lar. Evidentemente, essa confiança presente e futura não pode se dar sem o amor. Fé, esperança e amor não são três virtudes e atitudes diversas, mas três aspectos da unidade interpessoal, graças à qual a vida se torna relevante e atraente.
A experiência da fé humana pode se tornar um pressuposto aberto e favorável à fé religiosa, quando for bem cultivada e verdadeira. Por exemplo: para uma criança que põe fé no pai e na mãe e é correspondida na fidelidade, não é difícil ir passando para a fé religiosa em caminho de serena normalidade. Porém, para uma criança que vive a experiência de fé humana traída e rompida em seus pais, o clima de revolta e decepção vai dificultar muito no exercício da fé.

JUSTIÇA É SEMPRE A JUSTA MEDIDA.

Para não me aborrecer com e-mails rancorosos vou logo dizendo que não estou defendendo a corrupção de políticos do PT e da base aliada, objeto da Ação Penal 470 sob julgamento no STF. Se malfeitos forem comprovados, eles merecem as penas cominadas pelo Código Penal. O rigor da lei se aplica a todos.
Outra coisa, entretanto, é a espetacularização do julgamento transmitido pela TV. Aí é ineludível a feira das vaidades o vezo ideológico que perpassa sobre a maioria dos discursos.
Desde A Ideologia Alemã de Marx/Engels (1846) até Conhecimento e Interesse de J. Habermas (1968 e 1973) sabemos que por detrás de todo conhecimento e de toda prática humana age uma ideologia latente. Resumidamente podemos dizer que a ideologia é o discurso do interesse. E todo conhecimento, mesmo o que pretende ser o mais objetivo possível, vem impregnado de interesses. Pois assim é a condição humana. A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. E todo o ponto de vista é a vista de um ponto. Isso é inescapável. Cabe analisar política e eticamente o tipo de interesse, a quem beneficia e a que grupos serve e que projeto de Brasil tem em mente. Como entra o povo nisso tudo? Ele continua invisível e até desprezível?
A ideologia pertence ao mundo do escondido e do implícito. Mas há vários métodos que foram desenvolvidos.  O mais simples e direto é observar a adjetivação ou a qualificação que se aplica aos conceitos básicos do discurso, especialmente, das condenações.
Em alguns discursos como os do ministro Celso de Mello o ideológico é gritante, até no tom da voz utilizada. Cito algumas qualificações ouvidas no plenário: o “mensalão” seria “um projeto ideológico-partidário de inspiração patrimonialista”, um “assalto criminoso à administração pública”, “uma quadrilha de ladrões de beira de estrada” e um “bando criminoso”. Tem-se a impressão que as lideranças do PT e até ministros não faziam outra coisa que arquitetar roubos e aliciamento de deputados.
Qual o interesse escondido por detrás de doutas argumentações jurídicas? Como já foi apontado por analistas renomados do calibre de Wanderley Guilherme dos Santos, revela-se aí certo preconceito contra políticos vindos do campo popular. Mais ainda: visa-se aniquilar toda a possível credibilidade do PT, como partido que vem de fora da tradição elitista de nossa política; procura-se indiretamente atingir seu líder carismático maior, Lula, sobrevivente da grande tribulação do povo brasileiro e o primeiro presidente operário, com uma inteligência assombrosa e habilidade política inegável.
A ideologia que perpassa os principais pronunciamentos dos ministros do STF parece eco da voz dos outros, da grande imprensa empresarial que nunca aceitou que Lula chegasse ao Planalto. Seu destino e condenação é a Planície. No Planalto poderia penetrar como faxineiro e limpador dos banheiros, como aliás parece ter sido o primeiro trabalho do Ministro Joaquim Barbosa no TRE (do DF). Mas nunca como presidente.
Ouve-se no plenário ecos vindos da Casa Grande que gostaria de manter a Senzala sempre submissa e silenciosa. Dificilmente se tolera que através do PT os lascados e invisíveis começaram a discutir política e sonhar com a reinvenção de um Brasil diferente. Tolera-se um pobre ignorante e mantido politicamente na ignorância. Tem-se verdadeiro pavor de um pobre que pensa e que fala. Pois Lula e outros líderes populares ou convertidos à causa popular como João Pedro Stedile, começaram a falar e a implementar políticas sociais que permitiram uma Argentina inteira ser inserida na sociedade dos cidadãos.
Essa causa não pode estar sob juízo. Ela representa o sonho maior dos que foram sempre destituídos. A Justiça precisa tomar a sério esse anseio a preço de se desmoralizar, consagrando um status quo que nos faz passar internacionalmente vergonha. Justiça é sempre a justa medida, o equilíbrio entre o mais e o menos, a virtude que perpassa todas as virtudes (“a luminosíssima estrela matutina” de Aristóteles). Estimo que o STF não conseguiu manter a justa medida. Ele deve honrar essa justiça-mor que encerra todas as virtudes da polis, da sociedade organizada. Então sim se fará justiça neste país.

DESPERDIÇAR... UMA PRÁTICA BRASILEIRA.

Ao pagar R$ 6.200,00 de impostos, exclamou a irônica mãe de família: “Eu saberia onde gastá-los sem desperdiçá-los. Duvido que o governo faça o mesmo!”.
Semanalmente somos colocados diante de mais um escândalo de dinheiro público desviado. É o ralo por onde escapam os impostos, porque são muitos.
Fazemos parte de um país cujo governo se acostumou a arrecadar e a não devolver. Ele emprega mal e paga mal, porque em alguns casos paga menos que deveria e, em outros, paga em excesso. A presidente da República tem salário menor do que alguns funcionários de segundo escalão. A casuística em geral rima com desperdício.
Certamente seríamos muito mais que a sexta economia do mundo se não fôssemos um dos dez países mais corruptos do planeta.
Na administração há os honestos que gostariam de ser bons prefeitos, bons governadores e bons presidentes e por convicção são incapazes de roubar um alfinete do povo. Mas entram com a melhor das intenções e no sincero desejo de arrecadar o suficiente para poder melhorar a vida dos mais pobres. Aí vêm as pressões dos corruptos e dos grupos de poder que sabem aonde está o dinheiro e como arrancá-lo. Em pouco tempo o político bem intencionado ou se cala, ou morre, ou renuncia. E mais um bando de bandidos infiltrados na política esfrega as mãos de contente. Venceram!
Entre eles e os traficantes, a única diferença é o tipo de tráfico. Mas ambos traficam: ou com tóxicos ou com dinheiro desviado do povo. Não sentem o menor remorso: coisa de psicopata. O Brasil é uma nação ferida pela corrupção endêmica. O agente arrecadador lembra o sujeito que, cada vez que senta à mesa, precisa de cinco pratos para saciar seu enorme apetite e nunca está satisfeito. Somos o país do desperdício: desperdiçamos água, cereais, comida e impostos muito bem recolhidos e muito mal preservados ou aplicados.
Um dia talvez votaremos nas pessoas certas. E elas vencerão a máquina de desviar fundos municipais e nacionais. Mas enquanto não votarem pró reformas vai ser difícil votarmos nas pessoas certas. Não votam por quê? Você sabe?

BICICLETA UM EXEMPLO A SER USADO.


Pela primeira vez, desde a 2ª Guerra Mundial, os italianos compraram mais bicicletas do que automóveis. Segundo o jornal La Repubblica, no ano passado foram vendidas 1,75 milhão de bicicletas, duas mil a mais do que carros. No ano passado, a venda de automóveis na Itália caiu aos níveis de 1964. A queda é consequência da crise econômica e do aumento dos combustíveis. Na Itália existem 60 carros para cada 100 pessoas. Somente neste ano, já foram vendidas dois milhões de bicicletas.

A FAMÍLIA MAIS VELHA DO MUNDO

Uma família da Sardenha, formada por nove irmãos, foi reconhecida pelo Guinness World Records como a família mais velha do mundo. Juntos, os irmãos somam 818 anos. A mais velha, Consolata, está com 105 anos e a mais jovem, Mafalda, chamada carinhosamente “la piccolina” (a pequenina) pelos irmãos e irmãs, está com 78 anos.
Médicos, nutricionistas e até teólogos tentaram descobrir o segredo desta longa vida. “O nosso segredo é que comemos alimentos genuínos, ou seja, minestrone (sopa), pouca carne e muito trabalho”, disse um dos irmãos, Alfonso Melis, 89 anos, ao jornal inglês The Guardian, que publicou ampla matéria sobre a família sarda. A irmã Cláudia, 99 anos, que vai à igreja todas as manhãs, ratifica a opinião de Alfonso, reforçando que para ter uma vida saudável a pessoa deve “trabalhar, comer bastante sopa, feijões e batatas”. Marta, filha de Cláudia Melis, que há 79 anos vive com a mãe, salienta que outro segredo é a união da família. “Todos deveriam ser assim como nós”.
Alfonso, que lutou na 2ª Guerra Mundial contra os nazistas, descreveu ao The Guardian a sua rotina. “Passo o meu tempo cuidando do meu parreiral ou na horta, onde cultivo feijões, berinjelas, pimentões e batatas”. Consolata, que tem 14 filhos (nove dos quais ainda vivos), 24 netos, 25 bisnetos e 3 trinetos, ainda cozinha e cuida de suas cabras. “Não consigo entender meus netos quando dizem que estão estressados”, afirma a anciã.

OS MIÚDOS QUE FAZEM SUCESSO LÁ FORA.


A exportação de produtos agropecuários exóticos gerou US$ 438 milhões à economia brasileira em 2011. Pâncreas, sêmen e rabo de bovinos e suínos, além de sangue e outras miudezas em geral de bovinos, suínos e até mesmo de patos e gansos, estão entre os produtos mais procurados. Os principais importadores são Angola, Cingapura, Cuba, Hong Kong, Japão, Nova Zelândia, Venezuela e Vietnã.
O principal comprador desses produtos é Hong Kong, com quase 50% das importações. Em 2011, o Brasil arrecadou cerca de US$ 233 milhões com exportações para aquele país. Os principais itens da pauta são: rabos e miudezas de bovinos, suínos, patos e gansos; e pâncreas de bovinos, bastante utilizado na preparação de produtos farmacêuticos.
O Brasil tem um mercado imenso a explorar. “Se tivermos um pouco mais de articulação para aproveitar esses hábitos estranhos dos outros, podem ser oportunidades de negócios para nós. O que é preconceito, algo repugnante para a cultura brasileira, é algo extremamente apreciável em outros países”, pontua o economista Jorge Madeira Nogueira
Com pouco valor agregado no mercado brasileiro, quando não é exportada, grande parte desses produtos exóticos é transformada e utilizada no mercado interno.Após passar por processamento específico, podem ser vendidos separadamente para produção de farinha, usada normalmente na preparação de ração animal.
A certificação animal dos produtos exóticos é a mesma realizada em todos os demais produtos de origem animal. A fiscalização e as regras de exportação e importação também são as mesmas e, para isso, é exigido o certificado de sanidade animal. Além disso, o Brasil solicita ao país importador as exigências impostas quanto à saúde animal e pública.
Em 2012, o setor espera conquistar novos mercados, conforme a coordenadora técnica da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Gabriela Tonini. “Acredito que a China seja o maior destaque. A gente tem um grande mercado consumidor lá e poucas empresas habilitadas atualmente”, destacou.
Uso diversificado - Pesquisas da Embrapa Gado de Corte estudam a utilização dos diversos subprodutos bovinos. Das glândulas suprarrenais, tireo ide e pâncreas são extraídas substâncias para serem usadas em medicamentos e perfumaria. A insulina para diabéticos, por exemplo, é extraída a partir do pâncreas. A partir da pelagem do boi são fabricados pincéis, escovas de cabelo, de roupa e de limpeza - todos extraídos da cauda.
Dos chifres são extraídos componentes usados no pó do extintor e fazem-se, também, pentes e botões. Os ossos, fonte de cálcio e fósforo, são usados na produção de farinhas utilizadas na alimentação de animais e aves. Uma vez calcinados, são usados na fabricação de porcelana, cerâmica, refinação de prata e fusão do cobre. Em usina de açúcar, utiliza-se o carvão de osso para alvejar e refinar o açúcar.
Até o sangue dos bovinos é aproveitado para produção de plasma, soro e farinha de sangue ou sangue solúvel. O plasma é usado na fabricação de embutidos; do soro, confeccionam-se vacinas; a farinha de sangue é aplicada como fertilizante, devido ao alto teor de nitrogênio; e o sangue solúvel é desidratado e aplicado em ração animal e na cola de madeira compensada. Já a mucosa bovina vai para a indústria de laticínios, para a fabricação do coalho

870 MILHÃO DE PESSOAS SÃO O DIVISOR ENTRE A VIDA E A MORTE

A fome constrói cenários dramáticos, produz vítimas inocentes e representa um desafio permanente à humanidade. Não há quem não condene; são muitas as receitas políticas e econômicas sugeridas como solução; pesquisas, estudos e relatórios se acumulam - mas na prática as iniciativas exitosas são raras.
Se ver uma pessoa sem comida já é motivo para uma mobilização geral, dá para imaginar o que precisaria ser feito para acabar com o sofrimento de 870 milhões de pessoas que comem pouco ou nada. Este é o número apontado pelo documento Estado da Insegurança Alimentar no Mundo 2012, divulgado na semana passada.
O estudo revela que houve uma redução de 132 milhões de pessoas no total de famintos ou subnutridos no planeta. Apesar do expressivo número, é inadmissível que o mundo conviva com tanta gente passando fome. Principalmente quando se constatam avanços tecnológicos em praticamente todas as áreas – e mais escancaradamente ainda quando se aprovam orçamentos militares que consomem centenas de bilhões de dólares.
O quadro se torna mais injusto – como se fosse possível descer ainda mais na escala da desumanidade – quando se apura que entre os desnutridos há 100 milhões de crianças, e que 2,5 milhões delas perdem a vida a cada ano por falta ou ausência de alimentação.
O tão criticado internamente Bolsa Família é reconhecido no exterior como referência no combate à fome. Esta não é a solução ideal, mas se ajuda a matar a fome de crianças e adultos, sua implementação já está plenamente justificada. Que outras providências semelhantes sejam adotadas. Que se aumente a produção agrícola, que os alimentos não sofram a manipulação dos interesses comerciais e sejam melhor distribuídos... Enfim, que não se meçam esforços e criatividade para que nenhuma pessoa seja privada de um prato de comida, o que para 870 milhões de seres humanos é o divisor entre a vida e a morte.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

SERRA FOI INDO PARA A DIREITA ATÉ SE TRANSFORMAR NUMA MISTURA DE MALUFF E REINALDO AZEVEDO

Serra está politicamente morto. Acabou. Mas não há razão para que o PSDB se deixe arrastar por ele para a morte.
Essa parece ser a mensagem central de FHC em suas críticas ao conservadorismo da campanha de Serra. É pouco, muito pouco. Mas pelo menos fica a impressão de que os tucanos não foram acometidos por um impulso irresistível de suicídio político.
Serra foi se encaminhando para a direita numa louca cavalgada. Apoiou-se num pastor e, com o chamado kit gay, transformou a homofobia num instrumento abjeto — e fracassado — de conquista de votos.
Pego em contradição quando a Folha mostrou que também ele quando governador patrocinara um kit gay, aspas, tergiversou cinicamente, esperneou, atacou jornalistas.
Não bastasse isso, sua campanha recebeu o endosso entusiasmado de um ex-coronel da Rota vinculado a tiros, tiros e ainda tiros. Serra acabou se transformando numa mistura bizarra de Paulo Maluf e Reinaldo Azevedo. Fernando Henrique falou em conservadorismo, mas isso é pouco. Serra parece o perfeito idiota de direita latino-americano, um anão moral que flerta com o neofascismo na ânsia de eliminar o PT.
Que ele faça isso se compreende. A ambição de Serra é inversamente proporcional a seu carisma e sua capacidade de convencer eleitores a votar nele. É provável que a presença ativa de FHC no passado tucano tenha servido de freio aos instintos mais baixos de Serra. Ele parece ser aquele tipo de homem que precisa de um chefe que o oriente e lhe ponha limites.
Mas que os tucanos deixem que ele funcione como um Jim Jones — o infame chefe de uma seita que promoveu um suicídio grupal na década de 1980 — é incompreensível. Fez bem FHC em desautorizá-lo, ainda que oblíqua e tardiamente.
Deveria ter feito antes. Na última campanha presidencial Serra já apresentara todos os defeitos que são vistos agora. Sua mulher usou a questão do aborto como ele usa agora o kit gay. Ele trapaceou ao se fingir vítima de um atentado. Ali já era o caso de receber do próprio partido um cartão vermelho válido pela eternidade.
Enterrado Serra, os tucanos vão ter que se empenhar para que a imagem do partido não seja devastada pelo absurdo comportamento dele nos últimos anos. A democracia ganha quando uma administração tem uma oposição rica em ideias alternativas. Mas o PSDB de Serra tem sido o oposto disso: o encontro da obsolescência com a desfaçatez.
Se o PSDB quer voltar ao poder, não é com golpes baixos, não é com bandeiras direitistas – é com um projeto melhor do que o do PT no que diz respeito ao combate à desigualdade social.
Uma sugestão? Mandar jovens militantes de mente aberta e alerta à Escandinávia para ver o que o partido poderia aprender com o fascinante sistema econômico, político e social nórdico.
E depois reconstruir um partido virtualmente destruído por um homem que desceu todos os degraus possíveis — e alguns mais.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

DEDICAR AOS VALORES O TEMPO NECESSÁRIO

Somos filhos de nosso tempo e temos dificuldades em administrar nossos compromissos. As atividades superam as possibilidades da agenda. E por isso vivemos com pressa, fazemos muita coisa de maneira superficial. Fazemos algumas atividades e para as outras - e muitas vezes as mais importantes - encontramos uma boa desculpa: faltou tempo.
E esta falta de tempo não é prerrogativa dos executivos. Atinge a todos. Foi esta a desculpa de um grupo de alunos por não ter feito uma tarefa pedida pelo professor. No período seguinte, o professor conduziu uma dinâmica de grupo com eles.
Sobre a mesa estava um vaso de vidro com boca bem grande. O vaso continha areia e água, preenchendo quase a metade do espaço. Ao lado estavam batatas, algumas grandes e outras menores. Ele desafiou os alunos a colocarem tudo no vaso. Bem que tentaram, mas sempre sobravam batatas, especialmente as maiores. A experiência foi refeita. Desta vez os diferentes ingredientes - batatas, areia e água - estavam ao lado do vaso, inteiramente vazio. O professor tomou as batatas maiores e foi colocando no vaso, depois ajeitou as menores. Por fim foi despejando a areia que se acomodava nos pequenos espaços existentes. A água ajudava neste particular. A tarefa foi finalizada com as batatas, areia e água acomodadas no vaso e, ainda havia algum lugar.
Assim é a vida. Por vezes gastamos nosso tempo com a areia das futilidades. Outras vezes damos atenção e tempo para tarefas secundárias e acaba faltando tempo para tarefas essenciais. Nos consolamos: não deu tempo. E fazemos isso com a oração: não sobrou tempo. Em sã consciência ninguém tem a coragem de declarar que não tomou banho porque faltou tempo...
É preciso marcar prioridades. Precisamos ter uma escala de valores e dedicar a estes valores o tempo necessário. O resto - areia e água - virá depois. A fé deve ocupar em nossa vida o primeiro lugar. Isto implica em crer em Deus e seguir seu projeto de vida. Na escala de valores, a família ocupa o segundo lugar. Isto requer amor e tempo. Destaque também para a saúde. Não apenas procurar os recursos quando a doença aparece, mas cuidar da saúde com qualidade de vida. Com alimentação saudável, exercícios físicos e repouso cuidamos do corpo, nosso companheiro na caminhada da vida. Na quarta colocação vem a comunidade.
Reservando tempo para as prioridades escolhidas, sobrará espaço para as demais atividades que a vida nos apresenta. Isto explica o sucesso de pessoas muito ocupadas e o fracasso de pessoas enroladas em si mesmas, correndo sempre atrás do prejuízo.

É NAQUILO QUE NASCE TRANQUILO QUE ESTA A UTOPIA.

Na reunião da ONU em Nova York, os discursos eram sérios e certa preocupação anuviava o ambiente e as falas. Situação da Síria, crise econômica do hemisfério Norte e política externa de certos países, como o Irã, toldavam o ânimo e faziam pesado o ambiente. As recentes mortes provocadas pelo vídeo que circulou na internet com ofensas ao profeta Maomé e ao Islã mereceram atenção e homenagens póstumas.
Em seu discurso, o presidente Obama comentou o incidente do filme em questão, dizendo que não é apenas um insulto aos muçulmanos, mas também aos Estados Unidos, país que – segundo ele - sempre acolheu pessoas de todas as raças e religiões. Obama citou dois países em conflito nas últimas décadas, Israel e a Palestina, declarando acreditar em um estado de Israel seguro e uma Palestina independente e próspera.
Ao encerrar sua fala, Obama declarou ter mais esperança nas iniciativas dos cidadãos comuns do que nas ações dos líderes mundiais. E citou os jovens das favelas do Rio de Janeiro como exemplo de pessoas que ao redor do mundo dividem esperanças e sonhos. Não sei se consciente ou inconscientemente, o presidente tocou num ponto delicado e fecundo que sempre volta a emergir na consciência da humanidade em meio às crises mais profundas que essa atravessa.
No fundo, isso foi dito nos anos 1970 pelo economista inglês Schumacher, em seu famoso livro “Small is beautiful”. Nesta coletânea de ensaios, o autor propõe um modelo econômico que não se guie pelo “quanto maior melhor”, mas que valorize as pequenas iniciativas e tecnologias que realmente valorizam e fazem crescer as pessoas.
Isso mesmo foi vivido e posteriormente dito por muitos cristãos que, na América Latina daqueles anos posteriores ao Concílio Vaticano II e sua releitura nas conferências latino-americanas de Medellín e Puebla, acreditaram na presença de Deus no pobre e no pequeno. E foram buscar no meio do povo inspiração para projetos novos. Em um mundo confundido pelo eclipse das utopias e marcado pela complexidade de ideologias e acontecimentos, a descoberta de um “novo” que emergia da base ratificava que a beleza e a verdade se encontram na pequenez que aparentemente não tem tanta importância.
A utopia, motor da história e capaz de transformá-la por dentro, não está no estrepitoso e no violento. Mas pelo contrário, no germinal, naquilo que nasce discreto e por isso mesmo cresce e surpreende com força transformadora que não quer destruir, apenas contribuir e construir.
Era a isso que se referia, naquele tempo, Jesus de Nazaré, ao proclamar que “o Reino de Deus já está no meio de vós” e ao descrever esse reino como a semente de mostarda, que é a menor de todas as hortaliças, mas quando cresce é tão frondosa que os pássaros vêm fazer ninhos em seus ramos. Ou como a pitada de fermento, que a mulher coloca na massa de bolo e o faz crescer e tornar-se saboroso alimento que alimenta a vida e alegra os corpos e corações.
Já antes de Jesus, a Bíblia Judaica colocava em destaque a figura redentora do Servo Sofredor, que não gritaria nas praças, não quebraria a cana já rachada, nem apagaria a mecha que ainda fumegava, fraca e bruxuleante. Mas ao contrário, resgataria o resto do povo que sobrevivera às agruras do Exílio, conduzindo-o de volta a sua terra, a sua Aliança e seu projeto.
Como em Nova York o presidente Obama, e como antes e mais que ele toda a linhagem que passa dos profetas de Israel a Jesus de Nazaré e a todos que acreditam na dignidade do ser humano e em sua capacidade de reinventar constantemente o mundo, acreditemos nas iniciativas que parecem pequenas, mas carregam em si um potencial inaudito de desejo, coragem e esperança. Acreditemos e apoiemos os sonhos dos jovens, a sabedoria dos anciãos que muito já viram e sofreram. Prestemos atenção aos novos sujeitos que emergem, como as mulheres e os que provêm de outra cultura e outra tradição diferente da nossa.
É daí que surgirão as iniciativas capazes de transformar o mundo em um lugar mais habitável e menos hostil. É aí que se poderá ouvir e sentir a utopia que lateja e promete a realidade que poderá vir a acontecer se nela crermos e por ela lutarmos.

PREOCUPAÇÃO COM FÉ.

Tudo anda tão rápido que as preocupações estão sempre correndo em nossa frente. O cotidiano do viver atual parece não ter mais chão para firmar os pés e nem nos deixar dormir sonos tranquilos. Tem-se a impressão de que a carroça passou à frente dos bois e anda meio desgovernada. O elenco das preocupações pessoais, familiares, sociais,  etc, parece confirmar aquele provérbio popular que diz: “Se correr o bicho pega, se parar o bicho come!”
Dentro de tantas preocupações pelo imediato da vida, como o alimento, a saúde, o estudo, o trabalho, moradia e outras, ainda vale a pena investir na preocupação pela fé? O mundo do circunstancial é tão envolvente e ocupa tanto nossos horários do dia e da noite que as questões fundamentais da vida parecem não ter maior relevância. Com facilidade relega-se ao esquecimento o que deveria ser lembrado como essencial do viver humano.
Há alguns dias ouvi de uma pessoa, aparentemente culta, esta frase: “Fé não dá dinheiro”. Em contrapartida, outro gaiato inventou uma igreja ao tamanho dos seus interesses, convencido de que “religião dá muito dinheiro”. Não me cabe fazer juízo, nem de um, nem de outro. Porém, é certo que os dois representam o pensamento de muitos.
Com o que vale a pena nos preocupar? “Fé não dá dinheiro!” Certamente não dá resultados imediatos e nem garante prestígio, nem poder e nem certos prazeres. Além do mais, a autêntica fé, ao exigir obras e doação, fica realmente incômoda para quantificar resultados. A quinta campanha da fraternidade, de 1968, teve como lema: “Crer com as mãos”. O cartaz trazia uma mão aberta, revelando uma atitude de generosidade em todos os sentidos. Ali a frase do amigo poderia ser verdadeira se dissesse: “A fé dá dinheiro também!” Este dar se tornaria o gesto de uma fé cristã que passa da mente para o coração e do coração para as mãos.
Hoje, talvez, a fé preocupa tanto as multidões. A fé que se vê desalojada de muitas instituições, pode ser tirada da lista das preocupações imediatas, porém, ninguém a tira das profundezas do ser. O coração é maior que a inteligência. E como diz Pascal, “é o coração que sente Deus e não a razão”. Com esta e outras conclusões, penso ser melhor substituir “preocupação pela fé” por “ocupação com a fé”. A fé não é intermitente, mas é uma constante no viver humano. Ocupados com a fé, deixamos permanentemente a luz acesa na trajetória humana, a fim de que nenhum abismo nos surpreenda.
“E a religião dá muito dinheiro?” Para os mal intencionados a boa fé das pessoas pode ser um grande campo de exploração. Se um fulano funda uma “religião”, não significa que o faça em nome da fé, mas geralmente o faz movido por interesses imediatos seus. Nesse tipo de visão a religião passa a ser um negócio que enriquece alguns e empobrece a tantos, enganados por milagres fáceis. Aliás, há estudos atuais que provam ser este um caminho para os que vão se desiludindo e vão aumentando o número dos descrentes.

RESPEITO À DIGNIDADE E AOS DIREITOS ALHEIOS

A “Inocência dos muçulmanos” é o título do filme usamericano dirigido por um tal Sam Bacile, que difama o profeta Maomé e ofende todos aqueles que professam a fé muçulmana. Quem é Sam Bacile? Não se sabe. O diretor do filme, talvez temendo represálias, se escondeu sob o anonimato. Há suspeitas de que ele e o produtor Nakoula Basseley Nakoula, cristão coopta que vive na Califórnia, sejam a mesma pessoa.
As cenas do filme vão da grosseria à pornografia. Num dos trechos diz uma velha: “Tenho 120 anos. Nunca conheci um assassino criminoso como Maomé. Mata homens, captura mulheres e crianças. Rouba caravanas. Vendi meninos como escravos depois que ele e seus homens abusaram deles”.
Conhece um cristão que gostaria de ouvir algo parecido a respeito de Jesus Cristo? Ou um judeu, a respeito de Moisés ou Davi?
Tão logo o filme foi divulgado pela internet, uma onda de protestos se levantou nos países muçulmanos. O embaixador dos EUA na Líbia foi assassinado. Representações ocidentais foram depredadas e incendiadas no Egito, na Tunísia, na Indonésia, no Irã, no Iêmen e em Bangladesh.
O filme de Sam Bacile é, sim, uma grave ofensa a todos que creem em Maomé como portador de revelações divinas. Hillary Clinton, secretária de Estado dos EUA, classificou o filme como “repugnante e condenável”, mas acrescentou que os EUA devem respeitar a liberdade de expressão...
Suponhamos que se jogasse na internet um filme mostrando Monica Lewinsky fazendo sexo com Bill Clinton. Como reagiria Hillary? Liberdade de expressão?
E se o filme mostrasse Obama sendo sodomizado por Bin Laden. Qual seria a reação do governo e do povo dos EUA? Respeitar a liberdade de expressão?
Por que a família real britânica não segue a mesma lógica de Hillary Clinton e suspende o processo judicial contra a Closer, revista francesa que publicou fotos da princesa Kate Middleton fazendo topless numa praia particular? Não há que respeitar a liberdade de expressão?
Toda liberdade tem limites: o respeito à dignidade e aos direitos alheios. Ninguém é livre para furar filas, sonegar impostos, ofender a progenitora de quem quer que seja. Certas atitudes negativas podem até ser legais, como produzir filmes pornográficos, mas são indecentes e injustas. Como reagiriam os cariocas se, ao acordar, vissem o Cristo do Corcovado com o rosto encoberto pela máscara do diabo? Liberdade de expressão?
Desde a queda das torres gêmeas, em 2001, os EUA incutem em sua população profundo preconceito aos muçulmanos. Esse caldo de cultura favorece produções cinematográficas como a de Sam Bacile. Em vez de enviar fuzileiros para guardar as representações diplomáticas estadunidenses no exterior, a Casa Branca deveria pedir solenemente desculpas aos muçulmanos e retirar o filme de circulação.
A liberdade deve, necessariamente, ser contextualizada. Pode-se ir à praia de fio dental ou de sunga. Não ao trabalho ou à igreja. Hoje, posso criticar os deuses do Olimpo grego e a promiscuidade sadomasoquista em que viviam. Mas com certeza seria gravíssimo se eu o fizesse em Atenas quatro séculos antes de Cristo.
A Constituição Brasileira é primorosa quando trata da liberdade de expressão. Reza em seu artigo 5º. Inciso IV: “É livre a manifestação de pensamento, sendo vedado o anonimato.”
Por que Sam Bacile se esconde sob anonimato? Porque sabe ter cometido uma grave ofensa e não deseja arcar com as consequências.

DISCORDAR É UM DIREITO SEU.


Um cafeeiro não faz um cafezal. São necessários muitos pés de café para se falar em cafezal. Um bambuzeiro é uma moita de bambus, mas só ele não faz um bambuzal. São precisos muitos bambuzeiros para se falar em bambuzal. Um grupo de cristãos não faz o cristianismo, um grupo de católicos não faz o catolicismo e um grupo de evangélicos não faz o evangelismo. É preciso muito mais do que fechar-se num grupo da mesma fé cristã para se falar em Igrejas cristãs.

Quem se fecha no seu grupo e não consegue ver valor e beleza nos outros; quem se mostra autossuficiente que só vê valor nas suas reuniões, nos seus cantos, nas suas preces, nas suas celebrações e nos seus pregadores, nega a essência do cristianismo que aponta para o diálogo. Quem insiste em não ver Deus nas outras expressões de fé e de tal maneira superlativiza e canoniza a sua, que se mostra incapaz de orar e cantar com os outros, não entendeu Jesus. O mistério do Cristo é imenso demais para que apenas um sujeito 
ou um só grupo possa dizer que o abarcou.
Se cremos em Jesus somos chamados ao diálogo e ao aprendizado. Há coisas que os outros sabem e vivem que eu, você, nosso grupo não vivemos o que outros viveram ou vivem. Mesmo que não desejemos viver ou expressar-nos daquela forma, temos que ouvir e aprender com eles. Há riqueza no outro lado do rio. As águas que correm perto da outra margem são tão limpas ou tão sujas como as nossas. Exclusivismos e exclusividades geram exclusões, 
e a exclusão desqualifica mais quem exclui e quem se exclui do que aquele que foi excluído.Jesus é aproximador. Separador é o dia-bolus: o diabo. Pensemos nisso na próxima vez que nos negarmos a cantar a canção dos outros, a menos que contenha desvio da fé. Não negando eles a nossa fé, tentemos cantar, orar e conversar com os outros. Mesmo que discordemos, demos a eles a chance de mostrarem como creem. Reagir? Só quando aqueles irmãos negam a Bíblia ou ensinam errado o Catecismo da nossa Igreja. Aí, quem sabe mais porque estudou o tema, reaja! 


TRABALHADORAS RURAIS LUTAM PARA MANTER CONQUISTAS


A mulher rural, que representa até 70% da força de trabalho em algumas economias baseadas fundamentalmente na agricultura, está alargando as tendas no Brasil. E a região Sul saiu na frente com uma campanha que visa ampliar a licença maternidade de quatro para seis meses para todas as trabalhadoras. “A ideia se espalhou pelo país”, relata Cleonice Back, coordenadora do Coletivo de Mulheres da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar da Região Sul (Fretraf-Sul).
Em todo o Brasil estão sendo coletadas assinaturas para o abaixo-assinado. No RS, técnicos e extensionistas da Emater coletarão as assinaturas em 492 dos 497 municípios do Estado onde a instituição atua. “É uma campanha justa e, por isso, aderimos, em prol da qualidade de vida e do desenvolvimento mais saudável no meio rural”, afirma o presidente da Emater/RS, Lino De David.
O objetivo da campanha é coletar 500 mil assinaturas até o dia 23 de novembro, quando será realizado, em Constantina, no Norte gaúcho, o I Encontro das Agricultoras Familiares da Região Sul, que deverá tratar de temas como a previdência social e o desenvolvimento sustentável. “Estamos lutando para que os direitos que já temos sejam garantidos e estamos na busca por novas conquistas”, enfatiza Cleonice. Todos podem assinar, basta ter o número do documento.
O tema será levado a Brasília e debatido durante a 5ª Plenária Nacional de Mulheres Trabalhadoras Rurais, que ocorre de 29 a 31 de outubro, informa Inque Schneider, coordenadora estadual de mulheres trabalhadoras rurais da Fetag/RS.
Alteração - De acordo com a campanha, a ampliação do salário maternidade para seis meses altera o conteúdo da lei nº 11.770, de 9 de setembro de 2008, que facultou a prorrogação da licença maternidade por mais 60 dias para as trabalhadoras urbanas, a fim de que seja tornada obrigatória a concessão desta licença pelo período de 180 dias, para trabalhadoras urbanas e também as rurais. 
O presidente do INSS, Mauro Hauschild, confirmou presença no Encontro das Agricultoras em Constantina. “Há grande possibilidade da presidente Dilma Rousseff participar do evento, juntamente com ministros”, adianta Adriana Antunes de Souza, da coordenação da Fetraf-Sul. “O abaixo-assinado será entregue à presidente, como forma de protesto e luta”, afirma ao CR.

CÂNCER DE MAMA. VAI HAVER REVOLUÇÃO NA


O outubro rosa, mês dedicado à prevenção e combate ao câncer de mama, tem uma boa notícia a celebrar. O mapeamento genético do tumor, feito por pesquisadores americanos, promete revolucionar o tratamento da doença. Foram identificados quatro tipos diferentes de câncer de mama. Com base nessas informações, os cientistas acreditam que podem ser desenvolvidos, em alguns anos, tratamentos e remédios mais eficazes.
Ao todo, os pesquisadores analisaram 825 mulheres com tumor de mama. Por meio de seis tecnologias diferentes, os cientistas avaliaram 350 cânceres. Os quatro principais subtipos mais letais identificados são: basal, HER2, luminal A e luminal B. A equipe observou que mutações em apenas três genes (TP53, PIK3CA e GATA3) são responsáveis por câncer de mama em mais de 10% das pacientes, a maioria jovens e afrodescendentes.
A mais completa análise genética já feita sobre o câncer de mama, publicada pela revista "Nature", ainda apontou que um dos quatro subtipos mais mortais de câncer de mama tem origem e características semelhantes ao de ovário. “Essa descoberta sugere que as duas doenças poderiam ser tratadas, no futuro, com os mesmos medicamentos”, declarou o pesquisador Matthew J. Ellis, da Escola de Medicina da Universidade de Washington, em St. Louis, nos Estados Unidos, líder da equipe. Isso porque, segundo ele, mais do que serem avaliados de acordo com a localização no corpo, os tumores devem ser catalogados e cuidados com base nos genes interrompidos.
Prevenção - O Inca não estimula o autoexame das mamas como método isolado de detecção precoce do câncer de mama. Segundo o instituto, o exame das mamas feito pela própria mulher não substitui o exame físico realizado por profissional de saúde (médico ou enfermeiro) qualificado para essa atividade. 
Quanto ao exame clínico das mamas, quando realizado por um médico ou enfermeira treinados, pode detectar tumores de até um centímetro, se superficiais. Deve ser feito uma vez por ano pelas mulheres entre 40 e 49 anos.
A mamografia (radiografia da mama) permite a detecção precoce do câncer ao mostrar lesões em fase inicial, muito pequenas (medindo milímetros). Deve ser realizada a cada dois anos por mulheres entre 50 e 69 anos, ou segundo recomendação médica.
Mulheres muito jovens que necessitarem investigar nódulos devem associar ultrassom e mamografia, pois a mamografia muitas vezes não consegue detectar lesões em mamas muito jovens e densas.
Estatísticas
No Brasil, excluídos os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais incidente em mulheres de todas as regiões, exceto na região Norte, onde o câncer do colo do útero ocupa a primeira posição. Para este ano, foram estimados 52.680 novos casos, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

sábado, 13 de outubro de 2012

PROFESSOR: CONHECIMENTO É PODER.

Aproximando-se o dia do professor (15/10), desperta em nós um questionamento sobre o exercício desta função. Quais motivos que tem a comemorar? Quais as conquistas e os desafios que possuem? Vislumbramos um bom horizonte profissional? A educação precisa de respostas ou de reformular suas perguntas?
Em primeiro lugar, os problemas educacionais envolvem um arsenal de fatores transferidos pelas necessidades sociais, algo complexo, impossível de ser solucionado com alternativas medíocres. Frente a isso podemos argumentar que nos países em que a educação é prioridade outros desafios são minimizados, quando não extintos, como a desigualdade econômica, a falta de segurança, o uso de entorpecentes, o saneamento, os problemas ambientais, o desemprego, pois a educação é uma ferramenta de aperfeiçoamento cultural e que constrói dignidade.
Nesse sentido, é fundamental resgatar o valor da profissão docente, além do ressarcimento econômico, mas com boas condições de trabalho e maior respeito social para alguém que doa sua vida em benefício desta causa coletiva e tão nobre. Já está difundido que em prol da qualidade o país precisa atrair gente talentosa para a carreira de professor e que o desempenho dos alunos é maior quando o nível de qualificação, de formação profissional é mais elevado.
Num segundo momento precisamos relembrar algumas características essenciais no bom professor: precisa ser sensivelmente humano, comprometido com o aprimoramento intelectual, estar em contínua formação, possuir embasamento teórico, ser exigente e motivador, possuir objetivos claros, conteúdos pertinentes e critérios avaliativos bem definidos. Também deve aprofundar vínculos de parceria com alunos, colegas de trabalho e famílias, engajando a todos no processo de aprendizagem, função primordial do exercício pedagógico.
Em nossa sociedade há muitos professores de excelência, aqueles que dão o melhor de si em seu trabalho, que fazem a sua parte com dedicação, sendo íntegros, solidários, afetuosos, cultos, éticos, comprometidos, persistentes, que mesmo quando deixamos de ser seus discípulos, permanece em nós o desejo de segui-los, pois cultivaram em nós valores com os quais nos identificamos e que permitem a transformação social.
Aproveitamos esta festividade dos educadores para divulgar o sentimento de união pela valorização da classe docente, enfatizando que conhecimento é poder, é um patrimônio que precisa ser valorizado, bem como, para defender, reconhecer e parabenizar aos bons professores e aos educadores que fizeram a diferença em nossa trajetória.
Obrigada, professor!

terça-feira, 9 de outubro de 2012

VOCÊ CONHECE A CASQUINA ABISCOITADA DE SORVETE?

Você conhece a casquinha abiscoitada de sorvete: a bola é colocada acima e, enquanto derrete, um pouco do sorvete se espalha pela parte inferior. Ao comer a casca, a ponta inferior do cone costuma estar seca, sem sorvete.
Assim é a distribuição da riqueza no mundo, segundo a ONU: 20% da população mundial, o equivalente a 1,320 bilhão de pessoas, concentram em suas mãos 82% da riqueza mundial. Fartam-se com a bola de sorvete. Na ponta estreita do cone, os mais pobres – 1 bilhão de pessoas – sobrevivem com apenas 1,4% da riqueza mundial.
Mede-se o indicador de riqueza de uma economia pelo PIB – o Produto Interno Bruto. Quanto maior o PIB, maior o crescimento de um país. Um país cresce quando sua economia total ganha mais cifrões. O que não significa que se desenvolveu, ou seja, imprimiu mais qualidade de vida e felicidade à sua população. Crescimento tem a ver com produção agropecuária, industrial, e expansão da rede de serviços. Desenvolvimento significa escolaridade, saúde, saneamento, cultura e preservação do meio ambiente.
O economista Ladislau Dowbor, da PUC-SP, tem um bom exemplo para mostrar a diferença: a Pastoral da Criança favorece, com a sua rede de 450 mil voluntários, milhares de crianças até 6 anos de idade. Assim, contribui com a redução de 50% dos índices de mortalidade infantil e 80% das hospitalizações. Se menos crianças adoecem, menos medicamentos e serviços hospitalares são utilizados, e as famílias vivem mais felizes.
Ótimo, não? Não para o governo e os economistas com mania de PIB. “O resultado, do ponto de vista das contas econômicas, é completamente diferente: ao cair o consumo de medicamentos, o uso de ambulâncias, de hospitais e de horas trabalhadas por médicos, reduz-se também o PIB”, afirma Dowbor. Ao obter saúde com um gasto de apenas R$ 1,70 por criança/mês, a Pastoral da Criança faz cair o PIB. Porém, sobe a felicidade geral da nação.
Comemorar o crescimento do PIB não significa o país estar na direção certa. Vide a China, cujo PIB mais cresce no mundo. Nem por isso a qualidade de vida de sua população nos causa inveja. Se o desmatamento da Amazônia aumenta, mais se introduzem ali o agronegócio e imensos rebanhos. O que fará crescer o PIB. E reduzir o equilíbrio ambiental e a qualidade de vida.
O problema número 1 do mundo não é econômico, é ético. Perdemos a visão de bem comum, de povo, de civilização. O capitalismo infundiu-nos a perversa noção de que acúmulo de riqueza é direito e consumo de supérfluo, necessidade.
Compare estes dados: segundo a ONU, para propiciar educação básica a todas as crianças do mundo seria preciso investir, hoje, US$ 6 bilhões. Apenas nos EUA são gastos por ano, em cosméticos, US$ 8 bilhões. Água e saneamento básico seriam garantidos a toda a população mundial com um investimento de US$ 9 bilhões. O consumo/ano de sorvetes na Europa representa o desembolso de US$ 11 bilhões. Haveria saúde básica e boa nutrição às crianças dos países em desenvolvimento se fossem investidos US$ 13 bilhões. Ora, US$ 17 bilhões é o que se gasta por ano, na Europa e nos EUA, em alimentos para cães e gatos; US$ 50 bilhões em cigarros na Europa; US$ 105 bilhões em bebidas alcoólicas na Europa; US$ 400 bilhões em narcóticos no mundo; e US$ 780 bilhões em armas e equipamentos bélicos no mundo.
O mundo e a crise que o afeta têm sim solução. Desde que os países sejam governados por políticos centrados em outros paradigmas que fujam do cassino global da acumulação privada e da irrefreável espiral do lucro. Paradigmas altruístas, centrados na distribuição de renda, na preservação ambiental e na partilha dos bens da Terra e dos frutos do trabalho humano.