sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

A ESTÉTICA DA MOEDA

O advento de "modas intelectuais". A ideologia "novo-rico" prescinde até mesmo do "verniz da cultura". Porque a ideologia dominante na sociedade é a da classe dominante, a contemporânea é a dos "novos ricos". O "novo rico" é aquele que conhece o preço de todas as coisas mas desconhece seu valor. Sob seus auspícios, a educação produz uma cultura embotadora da sensibilidade e do pensamento, pois é entendida pela ideologia "novo rico" como "serviço" e mercadoria mais ou menos barata dos quais o novo rico é cliente e consumidor.

UM EXEMPLO A SER SEGUIDO

Os senadores bolivianos aprovaram a "Lei de Luta contra a Corrupção, Enriquecimento Ilícito e Investigação de Fortunas" na noite desta quarta-feira (24). De acordo com o vice-presidente do país, Álvaro Garcia, o que faz a nova lei é perseguir e punir "os corruptos, antigos, os atuais e os que virão".

TEMPOS MODERNOS

Toda aspiração que vise elevar a qualidade da vida humana é atentado direto ao principio da liberdade individual, pois todo ser humano tem o direito à sua própria infelicidade sem interferência de qualquer poder e não importando em que faixa etária se encontre. Toda pessoa baixa é criança – e, portanto incapaz de autodeterminação - não importa se é filha de anões ou se descende longinquamente de pais historicamente baixos. Os tais valores humanos estão com sinais tão trocados que o novelista global Manoel Carlos (de Viver a Vida) vem sendo comparado com William Shakespeare (de Hamlet) e se acha muito natural que criança de tenros 8 anos possa interpretar vilã-mirim em novela das 8 da emissora campeã de audiência no Brasil, sendo execrável que alguém se atreva a dizer que o "caso" requer imputar responsabilidades a quem de direito: os pais ou responsáveis da criança, a emissora de televisão que lhe facilita o roubo da infância, as varas de família e juizados de menores que deveriam zelar por seu desenvolvimento físico, moral, social.

UM PROTESTO IRREVERENTE

Na próxima segunda-feira (01/03), às 10h30, em frente ao Hotel Golden Tulip (Alameda Santos, 85, na capital paulista), movimentos sociais e entidades que lutam pela democratização da comunicação realizarão um ato, irreverente e pacífico, contra a direita midiática. Na ocasião, os barões da mídia e seus colunistas de aluguel estarão conspirando no luxuoso hotel num evento cinicamente intitulado "Fórum democracia e liberdade de expressão". O preço do convescote é de R$ 500 por participante.

Como contraponto a esta farsa, os movimentos sociais farão um irreverente protesto, batizado de "Fórum de rua pela democracia, liberdade de expressão e contra a criminalização dos movimentos sociais". Como diz sua convocatória, "quem acha que a mídia é uma palhaçada, venha a caráter". A idéia é montar um circo, reunir palhaços e fanfarra e abrir espaço para os que não têm voz e vez na mídia nacional, altamente concentrada e manipulada ditatorialmente por nove famílias oligárquicas.

Os manifestantes distribuirão panfletos demonstrando que a mídia hegemônica não tem moral para falar em democracia, já que apoiou o golpe e a ditadura militar e continua golpista, tentando desestabilizar governos legitimamente eleitos. Também exigirão a verdadeira liberdade de expressão, com o fim da criminalização das lutas sociais e da estigmatização de mulheres, negros e de outros setores da sociedade. Denunciarão que a "liberdade de imprensa" pregada pelos barões da mídia é, na verdade, a "liberdade das empresas", que manipulam informações e deformam comportamentos.

TEMPO DE INTOLERÂNCIA

A disputa presidencial que já está nas ruas sinaliza tempos de intolerância à medida em que caminhamos para outubro. Há riscos de espíritos armados e baixo teor de caloria intelectual: o debate político ameaça deixar de ser "debate" e ganha ares de guerra de torcida organizada em briga de galo.

Muita mesmice à venda na praça: multiplicam-se nas ruas, nos espaços do (e)leitor e também entre cronistas expressões catárticas de um fanatismo do tipo seita religiosa – "meu candidato faz mais milagre que o seu", "o milagre que o seu santo fez, só foi possível graças à água benta produzida pelo meu", "seu santo nunca foi santo e deixou isso aqui um inferno"...

Eleição à moda da casa: a "direita que não é direita" disputa contra a "esquerda que não é esquerda", enquanto veículos de comunicação tangenciam (se tanto) uma reflexão sobre o futuro que queremos. Muitos meios jornalísticos estão jogando para o mato os princípios básicos de uma imprensa plural para se tornaram eles também partidos. É legítimo e aconselhável que toda empresa de comunicação tenha e torne pública sua preferência política: para isso serve o editorial. Mais que isso e o meio vira o "jornal da candidatura de fulano".

RURALISTAS QUEREM LIBERAR VENENOS PROIBIDOS






A ofensiva do setor ruralista neste início de 2010 se volta para os agrotóxicos. Os setor está fazendo lobby junto ao Ministério da Agricultura, a bancada do agronegócio no Congresso Nacional e empresas de químicos para que pressionem a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Era só o que faltava para nos matarem de vez.



"O último boletim mostrou que são jogados, no território brasileiro, 713 milhões de agrotóxicos por safra. Isso demonstra que cada brasileiro tem 'direito' a uma cota de 2,6 litros de veneno. Este padrão de agricultura propagandeado pelo agronegócio tem trazido gravíssimos problemas que não são divulgados", diz.

Os produtos que o setor ruralista quer liberar são perigosos e afetam diretamente a saúde humana. O acefato, por exemplo, um inseticida usado nas lavouras de feijão pode causar danos no cérebro e provocar câncer a longo prazo. O endossulfan, aplicado no algodão, café e cana-de-açúcar, pode atingir órgãos como ovários, testículos e o pâncreas.

PARLAMENTARES DISCUTEM PROJETO FICHA LIMPA



Parlamentares se reúnem nesta quarta-feira (24) em um grupo de trabalho para discutir o projeto Ficha Limpa, proposto pelo Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE). O projeto prevê medidas contra candidatos com problemas na Justiça e contou com mais de 1,5 milhão de assinaturas da sociedade brasileira. Se aprovado, candidatos denunciados ou condenados em 1ª instância por crimes como corrupção, improbidade administrativa e uso de mão-de-obra escrava, por exemplo, não poderão se eleger.

NADA DURA E NEM PERDURA

A cultura do big Mac – aquele sanduíche carro-chefe da franquia Mcdonalds – começa a produzir seus frutos mais nefastos e perniciosos para esta e as próximas gerações. É a cultura do transitório e do efêmero onde nada dura nem perdura, nada progride, mantém-se e só. O marketing coloca o supérfluo sob lente de aumento e a felicidade é poder estar dentro da moda, moda-vagalume com cada vez menos tempo de vida, sendo sempre substituída por outro artificialismo como a enraizar no espaço entre as nuvens suas raízes. É claro que temos um estilo de vida moderna cada vez mais insustentável, nem moral nem material, apenas estilo de vida descartável onde colocamos em sua voraz fornalha o que temos de mais precioso em nossa vida – o tempo. Do jeito que as coisas vão não haverá o dia em que a esperança venha se encontrar com a realidade.

INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

O verdadeiro problema da resistência dos neopentecostais ao Plano Nacional de Combate à Intolerância Religiosa está longe de ser uma questão fundiária ou de patrimônio histórico como fizeram questão de parecer para a opinião pública. Fica a dúvida: ou os fundamentalistas cristãos não querem o cumprimento das leis vigentes que garantem a liberdade de expressão religiosa no país para todos os segmentos, ou o "calcanhar de Aquiles" do PNCIR tem a ver com o poderio comunicacional construído pelas igrejas neopentecostais ao longo dos últimos anos e com a impunidade das emissoras que veiculam programas que insuflam a intolerância religiosa. Pode ser as duas coisas.

Malvinas: resquício de um império decadente



O imbróglio jurídico-político que envolve as Malvinas reflete o embate entre o direito à descolonização, invocado pela Argentina, e uma visão distorcida do direito à autodeterminação dos povos, utilizado pelo Reino Unido, confiando no fato de que a população das Ilhas é de maioria britânica. Não obstante, essa população fora importada para o arquipélago no processo de expansão mundial do império britânico. A posição britânica está respaldada na mais pura lógica do imperialismo e do colonialismo.

FRUTO DA SOCIEDADE EM QUE VIVEM

Jornalistas são pessoas. Por mais distanciamento e olhar crítico, os "operadores da imprensa" são produtos da sociedade em que vivem. Parece óbvio, mas observar em que contexto social nasceram e cresceram editores e repórteres é o primeiro passo para entender por que a maioria esmagadora dos veículos de comunicação presta um desserviço à liberdade religiosa no Brasil. E por que, mesmo diante de afirmações perturbadoras, somos tentados – e levados! – a jogar a opinião pública a perpetuar preconceitos e promover a discriminação.

A VER

A ficha falsa da Dilma foi desmoralizada; o 'escândalo' da Eletronet não sobreviveu a 48 horas de desmentidos; a candidata do governo está em ascensão; a candidatura Serra sofre uma voçoroca de desgastes e desânimo; Kassab submergiu nas águas da incompetência; a 'gestão exemplar' de Arruda foi parar no xilindró; o emprego bateu recorde em janeiro; o otimismo empresarial atinge o terceiro maior nível desde 1995. O que sobra ? Antecipar a temporada das 'denúncias' nas revistas semanais. Revisitar o 'mensalão'; ressuscitar 2005 em 2010. Ocultar a falta de projeto com um denuncismo udenista enfadonho. A mídia cumpre o roteiro e repercute. A coalizão demotucana pede mais uma CPI. E o eleitor? Engolirá tudo isso de novo, vindo, como vem, da mesma cepa que rezava a 'Oração da Propina'? A ver.

A RESPONSABILIDADE É NOSSA

Cidadãos de uma ainda muito jovem cidadania, irritam-se com a conversa democrática e partem logo pro pau, para a desqualificação do outro. Com meios mais abertos que nunca para debater, comentar e refletir, é impressionante ver como uma multidão de (e)leitores faz da liberdade participativa um exercício de reação nervosa e torna-se mais disposta a destruir do que a contribuir para a riqueza do debate. Basta navegar pela blogosfera para ver uma polarização de tendência de crescente agressividade, perspectiva nada iluminadora.

Democracia e hipocrisia: do jeito que as coisas caminham, a democracia brasileira corre o risco de virar um sarapatel de interpretações distorcidas e orgias de reflexões tendenciosas com doses cavalares de intolerância. Perde o Brasil, que fica pequeno quando os cidadãos e meios de comunicação que deveriam enriquecer a reflexão no espaço público tornam-se parecidos com os políticos. Santos de pau oco, políticos e partidos mereciam menos torcida cega e mais olhar crítico, todos eles!

Somos, todos, co-responsáveis pela qualidade da informação, do debate (não apenas quando está em jogo a disputa de poder, mas sempre e em torno de todos os temas da realidade). Na luta dos partidos, somos co-responsáveis pela prática política que patrocinamos. Depois não reclamem da política como ela é...

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

SERÁ QUE A VEJA GANHOU PANETONE?

A capa da Veja da semana passada é uma prova grotesca da manipulação do jornalismo nativo. Decretada a prisão do único governador demo do país, a publicação da famíglia Civita preferiu dar capa para um assunto candente – "efeito sanfona". Não dá nem para alegar que o estouro do escândalo de corrupção em Brasília, batizado de "panetonegate", pegou a revista de surpresa. Ele veio a público no final de 2009. Mesmo a prisão, ocorrida na véspera do fechamento da edição, poderia ter sido o destaque da edição. Tanto que a revista deu uma chamadinha no alto da capa.

A opção editorial deste panfleto da direita pode ter vários motivos. O primeiro é que seria difícil explicar aos seus leitores porque a Veja bajulava tanto o governador do DF. Na edição 2121 de julho passado – não faz tanto tempo –, a revista abriu as suas "páginas amarelas" para uma longa entrevista com a nova "estrela" dos demos. O título: "Ele deu a volta por cima". A chamada: "Depois de amargar uma imensa rejeição provocada por medidas de austeridade, o governador do Distrito Federal diz que é possível ser popular sem ceder às tentações

R$ 442 MIL DOS COFRES PÚBLICOS


O ex-líder no Senado de FHC, que renunciou ao mandato para não ser cassado no escândalo da violação do painel eletrônico, é apresentado como um "gestor moderno", que "demitiu funcionários, pôs as contas em ordem, tirou camelôs das ruas, enfrentou grevistas e freou o processo histórico de invasão de terras públicas". Tudo o que os leitores da publicação, na sua maioria da "classe mérdia", adoram. Como seria, agora, explicar que o tal "gestor moderno" montou um poderoso esquema de corrupção e fisiologismo. É compreensível que a Veja não dê capa para Arruda!

Outra hipótese sobre o silêncio é ainda mais grave. Será que a Veja também foi presenteada com os famosos "panetones" de Arruda? Em junho passado, pouco antes da entrevista bajuladora, o governo do Distrito Federal garfou dos cofres públicos R$ 442 mil para a compra de exemplares da revista, sem qualquer licitação. Com o estouro do escândalo do "panetonegate', a Veja não teve mais como se fingir de morta e até produziu algumas matérias críticas, sempre na linha da "ética na política". Mas ela evita atacar o "gestor moderno" ou fazer qualquer autocrítica.

HIPOCRESIA?

Com perdão do clichê, vale, portanto, recorrer a um velho ditado, o qual, por sinal, originou-se de uma passagem bíblica: "que atire a primeira pedra aquele que não tiver teto de vidro".

Mas ter teto de vidro não é vergonha alguma: somos animais dotados de subjetividade e sexualidade. Viver num plano cartesiano, em total acordo com regras é um desafio à própria natureza humana. Soma-se a isso o fato de o homem ocidental ser regido por uma moral cristã que lhe infunde um sentimento de culpa há séculos; sentimento este que ainda tem claras implicações sociais, como o lugar e conduta que a mulher deve ter socialmente.

Nelson Rodrigues dizia que se todos conhecessem as fantasias sexuais de cada um, ninguém se falaria na rua. Pode-se, porém, ir ainda mais longe: bastaria, talvez, que cada um soubesse o que todos fazem em sua intimidade; ou que todos lessem os pensamentos dos outros. Insustentável… Ou seja, o ser humano, a despeito de suas virtudes e qualidades, carrega consigo segredos "sujos", não necessariamente antiéticos ou que beiram a ilegalidade, mas simplesmente impossíveis de serem tolerados ou compartilhados socialmente.

ERRO DE CALCULO

Aquela história de que os bancos só lhe emprestam dinheiro quando você não precisa continua válida; e a cada dia vale para mais setores da economia. Seguro saúde, por exemplo: à medida que o cliente envelhece (e tem sua capacidade de ganho reduzida), as seguradoras apertam mais a corda no seu pescoço, punindo-o pela ousadia de não morrer tão cedo quanto suas estatísticas estimavam.

TA CERTO ELE

A respeito do clima de clássico de futebol que se vive à véspera das eleições, o presidente Lula disse uma frase impecável, em sua entrevista ao Estado de S.Paulo: "O exercício da democracia não permite que a verdade seja absoluta para um lado e toda negativa para o outro lado".

PERGUNTAR NÃO OFENDE

Há alguns dias, o governador paulista José Serra se irritou profundamente com as perguntas da equipe da TV Brasil a respeito das enchentes em São Paulo. Nos bons tempos do jornalismo, seria o suficiente: nenhum outro repórter faria nenhuma outra pergunta sobre nenhum outro assunto. Se o tema irritava o entrevistado, algum motivo haveria – e por que não tentar descobri-lo?

Os dias se passaram e o assunto foi abandonado. Os meios de comunicação de São Paulo mantiveram obsequioso silêncio para não irritar a autoridade. Não se trata, fique claro, de culpar o governador pelo excepcional volume de chuvas, nem deixar de condenar atos anti-sociais da população, como jogar móveis velhos, pneus usados, entulho e lixo nas ruas, que tanto contribuem para as enchentes. Mas volumes excepcionais de chuva podem ocorrer novamente; muita gente continuará durante um bom tempo a praticar atos anti-sociais; e é preciso informar quais os planos do governo para amenizar os problemas e prejuízos da população de agora em diante.

Perguntar o que se deve perguntar, a propósito, não é ato hostil: pode ser, conforme o caso, a grande oportunidade para que as autoridades reafirmem seu prestígio. Foi assim que o prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani, ampliou sua popularidade. E também pode ser a abertura para certas revelações que possam prejudicar políticos concorrentes. No caso de São Paulo, por exemplo, como é que foi liberada a utilização para moradia de uma área de brejo como o Jardim Pantanal?

Talvez o maior problema jornalístico de hoje seja o clima de clássico de futebol que cerca a política. O nosso lado nunca erra, o lado adversário está sempre errado. Antes de fazer uma pergunta, é preciso saber se a resposta beneficiará um lado ou outro. Mas política não é futebol. Administração também é outra coisa.

 
 

A VOZ DA SOCIEDADE I

Essas vozes da sociedade são importantes não apenas em momentos de visibilidade tão clara como a que agora ocorreu. Às vezes, tais vozes precisam elevar-se para se opor ao arbítrio de inescrupulosos detentores do poder, ou para denunciar movimentos que ameacem a liberdade. Outras vezes, são o instrumento da indignação e do protesto da sociedade. Assim, as entidades de representação da sociedade civil são ferramentas indispensáveis para a formação de sociedades democráticas e para fazer, mediante pressão legitima, com que as engrenagens do poder se movam ou sejam mais ágeis. Nem mesmo as instituições constitucionais de representação popular, como os parlamentos, eliminam o papel das organizações, que são capazes, por sua inserção social, de mobilizar diante de fatos como os da corrupção dos governos ou de ameaças a direitos.

A VOZ DA SOCIEDADE II

O episodio que resultou na prisão preventiva do governador José Roberto Arruda, do Distrito Federal, evidenciou mais uma vez, a importância histórica assumida, em alguns momentos, por instituições da sociedade organizada, como a OAB. Foi dessa corporação profissional que partiu a iniciativa de propor à Procuradoria-Geral da República que pleiteasse judicialmente o afastamento do governador e sua prisão preventiva em decorrência do seu suposto envolvimento nos fatos investigados na chamada operação Caixa de Pandora. Há momentos na trajetória das nações em que algumas entidades ou até alguns cidadãos assumem um papel de liderança indispensável para que, como instrumentos da sociedade, abram caminho para que o clamor popular tenha consequência.

ANTES DE FALAR PENSE BEM.

As palavras têm poder e, dependendo de como são ditas, podem cortar fundo e se transformar numa ferida difícil de cicatrizar. Isso não significa que temos de engolir sapos e aceitar tudo sem contestar. Pelo contrario: nada como uma boa conversa para resolver qualquer conflito. Por isso, pense muito bem antes de falar qualquer coisa. As palavras se tornam mais poderosas e eficazes quando usadas com cuidado, com calma. Afinal, alguém pode esquecer o que você disse, mas nunca esquecerá como você o fez se sentir quando pronunciou tais palavras.

CAMPANHA DA FRATERNIDADE.

Neste ano, as Igrejas Cristãs do Brasil, presentes no Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil,(CONIC) lançaram a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2010, com o tema Economia e Vida que convida a refletirmos sobre a relação que estabelecemos com o dinheiro ou com a economia em si, porém a economia está presente em tudo que fazemos ou desejamos fazer. O grande objetivo de estudar esse tema é avaliar a relação que estabelecemos com o dinheiro e até que ponto o egoísmo e a ganância de uns impedem outros de terem os direitos de se alimentar diariamente.

COMO SER FELIZ.

A satisfação só existe quando seus desejos fazem um elo com as verdadeiras necessidades da sua alma. Pergunte a si mesmo o que você quer e não deixe que os outros façam escolhas para você. Esse é um dos segredos da serenidade. "Pergunte, lá no fundo, de que você realmente precisa para ser feliz. Olhe par si e procure estar a favor da sua alma, da sua libertação, da sua paz."

EMPREGUISMO COMO ESTRATÉGIA.

Tão repugnante quanto as imagens de homens públicos escondendo maços de dinheiro escuso em bolsas, bolsos, meias e até cuecas é a revelação de que o governo do Distrito Federal foi estrategicamente loteado entre amigos e aliados políticos do governador Roberto Arruda. Documentos apreendidos pela Polícia Federal confirmam que, embora tenha sido eleito sob a imagem do gestor moderno, o atual governo do Distrito Federal, pôs em prática, de imediato, um empreguismo explicito e escandalosos. A estratégia, alegadamente com o objetivo de "diminuir a pressão sobre o senhor governador", foi registrada minuciosamente, num plano no qual constam quantas pessoas cada um teria direito a empregar, e incluía até uma ata na qual o partilhamento do poder publico é referendado pelo governador, hoje na prisão. Pasmem, além dos 3.500 contratados sem concurso pelo governo anterior, mais 3.500 foram contratados pela turma do Arruda.

O DOMINGÃO DO FAUSTÃO: VELHO, REPETITIVO E INTRAGÁVEL.

Como se já não bastasse o intragável e indigerível Faustão ter demitido o Caçulinha, Lucimara e Adriana Colim por causa da idade, agora o insuportável dos domingos brasileiros, vetou idosos na plateia. No mínimo, Faustão que está emagrecendo devido uma cirurgia de redução de estomago e de uma diabete, está imaginando que está ficando mais jovem. Seria bom alguém dizer a ele que além de não ficar mais jovem, está ficando cada vez mais chato e repetitivo. Quanto os idosos que vetou na plateia espero que o pessoal dos direitos humanos, pelo menos, deem uma chamada no nojento. E se você tem idosos em casa, por favor faça com que assistam outro programa.

VALORIZANDO A POLÍTICA E OS POLÍTICOS.

Merece reconhecimento a iniciativa da Câmara de Vereadores de Blumenau de tirar a definição de decoro parlamentar do campo da subjetividade, colocando ponto final a uma indecisão que até hoje só contribuiu para a impunidade de maus políticos.A proposta do regimento interno, em tramitação no legislativo, descreve com clareza 22 situações em que independentemente se protagonizado dentro ou fora do legislativo, um vereador passa a correr risco de punição, incluindo a cassação do mandato. Trata-se de um louvável movimento rumo à transparência dos atos de agentes públicos, cujos exemplo deveria ser seguido por todos os legislativos brasileiros.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

VALE A PENA VER DE NOVO

Vale a pena o retrospecto

Além do bate-boca entre o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e representantes do atual governo – que, segundo alguns articulistas, produz mais confusão do que informação –, o tema que ocupa a maior parte das páginas dos jornais é a acusação de corrupção contra o governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda.

Cercado de provas cada vez mais consistentes, o governador ainda tenta se defender no âmbito político, mas tudo indica que seu destino será decidido no Judiciário.

Os jornais fazem um mosaico de notícias e acompanham o caso como uma novela de televisão. O leitor que desembarcasse de repente no assunto teria que perguntar a alguém do que se trata, uma vez que a origem do escândalo fica cada vez mais distante no calendário.

Talvez fosse o caso de apresentar, no final de semana, um capítulo especial, do tipo "vale a pena ver de novo", para refrescar a memória do público.

MANCHETES E ESCANDALOS

Quem tem paciência para garimpar nas notas curtas dos jornais, tanto em suas edições de papel como na tela do computador, fica sabendo que a comissão criada para estudar o projeto das candidaturas de ficha limpa se reúne na quarta-feira (10/2), na Câmara dos Deputados.

A chamada grande imprensa dá grandes espaços para os escândalos já produzidos, mas não acompanha os esforços para a moralização da política.

Essa comissão informal não tem poderes para definir mudanças no Projeto de Lei 518, de 2009, que tenta colocar restrições a candidaturas eleitorais de cidadãos com problemas na Justiça. Mas pode indicar alterações.

O grupo, que terá um representante de cada partido, não atraiu as figuras mais notórias do Parlamento, e, portanto, não chama a atenção dos repórteres de Brasília, que costumam dar repercussão apenas aos chamados caciques da política.

Acontece que um dos temas mais sérios em tramitação no Congresso, que trata da qualidade moral dos futuros candidatos a cargos eletivos, acaba ficando nas mãos do chamado "baixo clero", aqueles parlamentares que não participam da cúpula mas somam os votos que decidem.

Depois de tantos escândalos e tantas manchetes sobre suspeitas de improbidade de políticos, era de se esperar que a imprensa manifestasse mais interesse pelo projeto que tenta regulamentar o ingresso de "fichas-sujas" na vida pública.

EMPREENDEDORISMO JORNALISTICO

Pelo menos duas grandes iniciativas surgidas nos Estados Unidos nos últimos cinco meses colocaram na ordem do dia uma questão que tira o sono de quase 25 mil jornalistas desempregados nos últimos 10 anos em conseqüência da crise na imprensa norte-americana.

 
 

É o chamado empreendedorismo jornalístico onde profissionais altamente qualificados, mas sem trabalho, decidem criar o seu próprio sustento usando a internet como plataforma. Este é o público que as universidades do Sul da Califórnia e a Municipal de Nova Iorque pretendem atingir ao lançar dois projetos com o objetivo de discutir a criação de empresas jornalísticas na Web

Outra hipótese tida como muito provável é a de que cada jornalista deverá, durante algum tempo, ter um pé no mundo digital e outro no mundo analógico porque o retorno financeiro de páginas informativas na Web tende a ser lento e pouco significativo, no começo. Portanto, haja paciência e persistência.

 
 

Em compensação, a internet oferece possibilidades imensas de exploração de nichos informativos especializados, notadamente no jornalismo local e hiperlocal , jornalismo investigativo com participação do público e informação altamente especializada. Os jornalistas deverão cultivar as suas próprias redes de leitores, que eventualmente poderão também funcionar como financiadores do profissional.

CAMPANHA POLÍTICA PELA INTERNET

Há um consenso entre os que estudam a internet de que ela terá uma grande influência na definição dos novos centros de poder que estão surgindo na sociedade contemporânea. Mas o que ninguém sabe é como este processo vai se desenrolar, quando os seus resultados aparecerão e de que forma.

Os processos eleitorais configuram momentos em que as pessoas tomam decisões que vão moldar o cenário político e por conseqüência uma nova geografia do poder no país ou na região. Como a internet já faz parte do contexto social contemporâneo, ela começa a provocar reações desencontradas tanto entre os conservadores como entre os liberais.

Politicamente, a geração internet mostra-se refratária às práticas e valores tradicionais tendendo ao nihilismo eleitoral. Mas esta atitude, embora rotulada como apolítica, é na verdade profundamente política, porque aponta para o surgimento de um contra-poder alimentado pela comunicação horizontal e descentralizada dentro da internet.

 
 

Os dilemas e incertezas dos que desconfiam da internet são claramente visíveis na imprensa brasileira, que se mostra integrada ao sistema de poder político hegemônico no país, sem dar-se conta de que existe um contra-poder em gestação, cujo perfil é totalmente distinto daquele que caracterizou a esquerda

NÃO PEGOU

Se a voz do povo é a voz de Deus, então Deus está dizendo que ninguém precisa dar bola para a proibição de uso do telefone celular ao volante. Todo mundo usa. Perdão, você não. Mas todos os outros, sim. E por falar em telefone celular, você já conseguiu usar integralmente os creditos de impulsos de um cartão telefônico? Jura? Pessoa que merece credito disse que nunca conseguiu. E olha que ele tenta faz tempo. Tenta inclusive ser ressarcido. Também nunca conseguiu.

PROFESSOR, POBRE PROFESSOR.

O aluno é aquela pessoa que foi criada e educada, desde a infância, por alguém, mas nem sempre isso se verifica em sala de aula. A falta de educação e o despreparo dos jovens é visível. A falta de leitura é comprovada in loco. Ai o professor é taxado de exigente, que não possui didática, que não sabe explicar a matéria entre outros adjetivos. A avaliação que os alunos fazem do professor é deficiente e simplesmente ele é descartado, mesmo que tenha se esmerado na execução de sua atividade. Conclui-se daí que o discente quer apenas o diploma. O conhecimento e o saber ficam para um segundo plano. Quem perde com isso é o aluno,e é uma pena pois um semestre já se encerrou e outros virão.

PELA TRANSPARÊNCIA

Há um fato surpreendente no inicio deste ano eleitoral. Partidos tão ferrenhamente adversários como São o PT, de um lado, e o PSDB e o DEM, de outro, encaminharam, por seus representantes legais, uma petição conjunta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para eliminar o veto judicial ás chamadas doações ocultas. Uma minuta de resolução do Tribunal prevê que tais doações sejam proibidas, pois facilitam a corrupção eleitoral e o caixa 2 nas campanhas, ao mesmo tempo que dificultam o controle e a fiscalização por parte da Justiça Eleitoral. As doações ocultas é uma brecha legal para que a Justiça e a sociedade, não tenham informação sobre a distribuição de tais recursos destinadas aos candidatos. O TSE vai decidir sobre as novas regras até 5 de março. Tem que acabar com esta pratica, porque quem financia por debaixo dos panos, vai cobrar retorno do capital por debaixo dos panos. A transparência é um dever que a sociedade e os órgãos de fiscalização devem cobrar dos partidos, dos candidatos e dos doadores.

NÃO QUERENDO SER CHATO

Não é implicância minha, os leitores também começam a se manifestar contra o desperdício de água de rede. Chegam a este blog relatos indignados de atitudes assim, pessoas lavando calçadas e carros com a mangueira correndo direto, enquanto em alguns lugares as torneiras e os mananciais estão secos. O argumento "estou pagando" não convence, nem mascara a insensibilidade com o problema coletivo, já não mais da coletividade local, mas da humanidade num todo.

LULA RESPONDE A FHC.

Em entrevista a uma emissora de Governador Valadares em Minas Gerais o Presidente Lula, respondendo a matéria FHC em todos os jornais no domingo disse: A oposição não tem discurso e por isso tenta impedir minhas viagens pelo Brasil para inaugurar obras e projetos. Quando um partido de oposição não tem o que propor, não tem discurso, tenta impedir que o outro time jogue. Vou fazer visitas até o dia 31 de dezembro a meia-noite. Vou fazer muita força para eleger a minha sucessora. Depois vou para casa e não vou dar palpite no governo, disse o presidente.m meio a guerra ente PSDB e PT em torno da estratégia governista de comparar a administração de Lula e FHC, a ministra Dilma Russeff mostrou que não pretende mudar de tática. – Se quiserem vamos comparar número por número, obra por obra – afirmou, enquanto acompanhava Lula em Minas Gerais.

CORRUPTORES E CORRUPTOS

O governo encaminhou ao congresso no último dia 8, um projeto de lei destinado a responsabilizar administrativa e civilmente empresas que praticam atos de corrupção contra a administração pública. A alegação do executivo é de que a legislação atual não prevê meios específicos para atingir o patrimônio das empresas aliciadoras, o que inviabiliza eventuais pedidos de ressarcimento aos cofres públicos dos valores desviados. A nova legislação é bem-vinda. O descaso com os princípios da cidadania e da probidade é o que gera o mau uso do dinheiro publico, os desmandos políticos, e a exploração do poder por indivíduos ou grupos. Cada cidadão tem que fazer a sua parte no processo de combate a corrupção – se efetivamente quisermos combatê-la.

E OS JORNALÕES?

"Nada é mais importante para o cidadão comum do que aquilo que ocorre ao seu lado, com o seu vizinho; e que pode, portanto, acontecer com ele próprio. A sociabilidade é construída a partir dos temas locais e regionais. Isto potencializa o papel da rádio comunitária, da FM e dos jornais locais e regionais (quando existem). A agenda midiática nacional de entretenimento ou jornalismo (televisiva, sobretudo) interage com a temática local, mas ocupa um indisfarçável segundo plano."

Se essas "impressões" estiverem corretas, é de se esperar alguma mudança no comportamento da grande mídia?

No caso dos jornalões, certamente não. Seu crescente "isolamento" da maioria da população transformou-se em estratégia de sobrevivência no mercado. Esta é uma das razões porque seus "formadores de opinião" procuram agradar a um grupo cada vez mais reduzido de pessoas. O rádio deverá ficar cada vez mais local e regional. E a televisão onipresente, mas com a audiência em queda, parece se agarrar à espetacularização de toda a sua programação. E com isso, despenca sua credibilidade.

Novos tempos. Nova mídia. Novos atores. Novos poderes. E muitos ainda acreditam que tudo continuará como sempre esteve.

BANDA LARGA E INCLUSÃO DIGITAL PARA OS POBRES SERÁ POSSÍVEL.

As notícias a respeito da proposta de decreto instituindo um Plano Nacional de Banda Larga formulado por representantes da Casa Civil e da Secretaria de Planejamento são animadoras, apesar de alguns aspectos nos causar insegurança, como, por exemplo, a minuta do decreto a ser editado não se referir a serviço de comunicação de dados e redes de troncos, como está previsto na Lei Geral de Telecomunicações – LGT e a falta de um debate mais amplo com os agentes interessados, inclusive os consumidores.

De qualquer forma, em respeito ao grande esforço que vem sendo feito pelos representantes do Governo responsáveis pela condução do processo, acredito que as diretrizes anunciadas nos permitem criar a expectativa de melhora significativa na qualidade do provimento e redução significativa dos valores praticados hoje no mercado, bem como no quadro de penetração de todos os serviços de telecomunicações nos diversos segmentos sociais.

As notícias a respeito da proposta de decreto instituindo um Plano Nacional de Banda Larga formulado por representantes da Casa Civil e da Secretaria de Planejamento são animadoras, apesar de alguns aspectos nos causar insegurança, como, por exemplo, a minuta do decreto a ser editado não se referir a serviço de comunicação de dados e redes de troncos, como está previsto na Lei Geral de Telecomunicações – LGT e a falta de um debate mais amplo com os agentes interessados, inclusive os consumidores.

De qualquer forma, em respeito ao grande esforço que vem sendo feito pelos representantes do Governo responsáveis pela condução do processo, acredito que as diretrizes anunciadas nos permitem criar a expectativa de melhora significativa na qualidade do provimento e redução significativa dos valores praticados hoje no mercado, bem como no quadro de penetração de todos os serviços de telecomunicações nos diversos segmentos sociais.

OS GRANDES, CADA VEZ MAIS ISOLADOS

Os "formadores de opinião" dos grandes jornais ou emissoras, deveriam aproveitar a viagem e puxar prosa com gente comum em locais como postos de gasolina, restaurantes de beira de estrada (ou não), hospedarias, botequins, museus, igrejas... E, sobretudo, ouvir. Ouvir quais são as fontes de informação preferidas, com o que se preocupa, quais informações interessam e qual a visão que essa gente comum tem do país e de seus problemas.

Exemplos: perguntado sobre o porquê de as TVs permanecerem ligadas 24h no saguão e no restaurante de um hotel de nível médio, o garçom respondeu: "É norma do hotel, mas ninguém aguenta. É só notícia ruim. Mas também ninguém presta atenção. Fica aí falando sozinha...". Ou o morador que opina sobre o serviço de som da igreja matriz que "entra no ar" várias vezes ao dia: "É bom porque dá notícia tanto boa quanto ruim e a gente pode acreditar".

Os "formadores de opinião" seriam ainda surpreendidos com a renovada valorização da mídia local, seja o velho serviço de alto-falante da igreja matriz, os barulhentos carros de som que percorrem as ruas das cidades ou as rádios comunitárias, que já começam a proliferar por aí.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

EIS A RAZÃO DOS ALTOS PREÇOS DE ALGUNS PRODUTOS.

Quando tem um lançamento, a gente sempre opta por fazer merschandising", diz Mônica Nakamura, diretora de marketing da Avon. "É uma forma de acessar as mulheres de maneira mais suave, fazer parte do dia a dia delas."

Mas essa suavidade tem um preço. Enquanto um anúncio de 30 segundos num intervalo da novela das oito, na Globo, custa em média R$ 380 mil, a publicidade dentro do programa chega a sair por R$ 1 milhão. Um conjunto de ações, negociado entre o cliente e a emissora, pode passar de R$ 3 milhões.

E vários desses pacotes podem ser vendidos ao longo da trama, que costuma se estender por 200 capítulos. Considerando um custo de produção de R$ 200 mil por episódio, 40 ações desse tipo são suficientes para bancar toda uma novela.

Segundo publicitários ouvidos pela Folha, o anúncio disfarçado vale a pena. Lica Bueno, diretora de mídia da agência F/ Nazca, aponta três vantagens da estratégia para o anunciante: maior impacto, já que a novela dá mais audiência que o intervalo, a possibilidade de demonstrar o uso do produto e o endosso de celebridades.

Em geral, anunciantes não querem seu creme hidratante associado a um mafioso ou traficante. Preferem mocinhas e mocinhos, nunca vilões. No caso de uma vilã, só uma "glamourosa", como frisa a diretora de marketing da Avon.

Um redator publicitário, que não quis ser identificado, conta que se a vilã for apenas fútil, não há problemas. Grave é quando falhas de caráter a levam a ações mais violentas, como explodir alguns shoppings.

TEM DIAS EM QUE...

Certas coisas não tem muita explicação e tentar encontrar a resposta apenas traz mais dúvidas.

Destino. Nunca tentei entender. Nunca confiei. Sorte. Acredito mais na frase que diz que "sorte é o que acontece quando a preparação encontra a oportunidade".

Tantas coisas aconteceram nos últimos meses que nem ansiedade, nem drama, podiam mudar. No final das contas tinha uma razão, tinha uma hora. Destino? "Sorte"? Não sei. Não estou tentando entender, apenas passei realmente a perceber.

Então quando é preciso dar tempo ao tempo, entender que alguns caminhos se tornam muito distantes, que algumas coisas já não parecem mais exatamente como achou que seriam, acreditar que se for para ser será e entre altos e baixos, as tais das "razão e emoção" que sempre andaram tão unidas na sua vida, se encontram tão distantes e em conflito? A razão, senhora experiente, sabe exatamente que é o melhor, enquanto a boba da emoção tão criança insiste em tomar conta do que deveria se afastar.

Perceber e lidar com tudo isso talvez me deixe menos ansioso, talvez me deixe mais leve. Apesar de, por agora, eu apenas estar triste.

CIRCULAÇÃO DOS MAIORES JORNAIS BRASILEIROS CAIU 7% EM 2009


Caiu 6,9% a circulação somada dos 20 maiores jornais diários brasileiros em 2009. Apenas seis conseguiram melhorar seus desempenhos de acordo com dados do Instituto Verificador de Circulação (IVC). São eles: Daqui (31%), Expresso da Informação (15,7%), Lance (10%), Correio Braziliense (6,7%), Agora São Paulo (4,8%) e Zero Hora (2%). Mantiveram-se estáveis Correio do Povo, A Tribuna e Valor Econômico, que encerraram o ano passado com circulações bem próximas às do fechamento de 2008.

Onze títulos viram seus números encolherem durante 2009. Os dois que mais caíram foram os do Grupo O Dia, do Rio de Janeiro: O Dia (-31,7%) e Meia Hora (-19,8%). Também tiveram quedas Diário de S. Paulo (-18,6%), Jornal da Tarde (-17,6%), Extra (-13,7%), O Estado de S. Paulo (-13,5%), Diário Gaúcho (-12%), O Globo (-8,6%), Folha de S. Paulo (-5%), Super Notícia (-4,5) e Estado de Minas (-2%).

Não houve alterações significativas nas posições do ranking, a não ser a evolução contínua de títulos populares como o Dez Minutos, de Manaus, que estreia na 17ª posição, com média diária de 60 mil exemplares – não considerados na conta de queda de 6,9%, pois foi lançado no final do ano passado.

A liderança continua com a Folha de S. Paulo (média diária de 295 mil exemplares), seguida por Super Notícia (289 mil), O Globo (257 mil) e Extra (248 mil). Em quinto lugar está O Estado de S. Paulo (213 mil), à frente do Meia Hora (186 mil) e dos gaúchos Zero Hora (183 mil), Correio do Povo (155 mil) e Diário Gaúcho (147 mil). O top 10 se completa com o Lance (125 mil).

POR DEBAIXO DOS PANOS...

Conversa vai, conversa vem, assim como quem não quer nada, o cara me largou essa: Infelizmente a governabilidade municipal, arruinada pelo Ricardinho, tem o dedo do PT no meio. Por baixo dos panos, alinhavaram um acerto e o Partido dos Trabalhadores vai ser o fiel da balança naquilo que o PTB não concordar ou tentar revidar. Liguei para os vereadores petistas: Haack e Napívoski e não consegui falar com eles. Os telefones estavam indisponíveis ou fora de área e até a hora desta publicação, nenhum deles retornou, para confirmar ou não a veracidade do assunto.Mas como diz o castelhano: No creo em bruxas, pero que las ai, ai.

VIVA EL MEXICO!!!

Os cartéis mexicanos, considerados hoje os mais fortes do mundo, traficam quatro grandes drogas ilícitas: maconha, cocaína, heroína e metanfetamina. O México tornou-se o segundo maior produtor de maconha do mundo (o primeiro são os EUA), o principal fornecedor de metanfetamina para os EUA, a principal escala para a cocaína da América do Sul e o maior produtor de heroína das Américas. Quando uma mercadoria declina, é compensada pela comercialização da outra.

Os cartéis são – segundo o jornal – a multinacional mexicana de maior sucesso, empregando cerca de 450 mil mexicanos e gerando 20 bilhões de dólares em venda, apenas atrás da indústria petrolífera e da exportação de carros. Um dos seus chefões, Joaquin Guzman, entrou para a lista mundial dos bilionários da Forbes.

Os jovens traficantes de hoje usam ternos Armani, BlackBerrys e malham em academias. O contador de um traficante preso tinha trabalhado 15 anos no Banco Central do México.

A ilegalidade das drogas multiplica brutalmente o seu preço, gerando altos lucros para os que se aventuram ao seu transporte. Um quilo de cocaína no atacado, na Colômbia, custa 1,2 mil dólares, no Panamá 2,3 mil, no México 8,3 mil e entre 15 e 25 mil nos EUA, isto é, uma multiplicação por 20 ao longo do circuito. No varejo das ruas de Nova York, chega perto de 80 mil, elevando o cociente por quase 70 vezes. Com lucros dessa dimensão, o negócio da droga tem todas as possibilidades de se perpetuar, caso seja atacado como foi até hoje.

A legalização da maconha representaria a perda de metade dos lucros dos cartéis. Além de que, menos presos, menos superlotação e contaminação nas prisões.

VEM AÍ A SEGUNDA MAIOR HIDRELÉTRICA DO BRASIL

O Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis] concedeu, nessa semana, a licença ambiental para o leilão da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Localizada no Rio Xingu (PA), o empreendimento será a segunda maior hidrelétrica do país, perde apenas para Itaipu. Por trás do projeto da obra, há uma polêmica de 20 anos.

Os ambientalistas e a população indígena local são contra a construção de Belo Monte. Eles alertam para os impactos sócio-ambientais que a hidrelétrica vai trazer para a região.

O leilão deve ocorrer em abril, de acordo com previsão do Ministério de Minas e Energia. O presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Dom Erwin Kräutler, lamentou a liberação do Ibama.

"Para nós é uma decisão angustiante. Não houve diálogo de jeito nenhum. O projeto foi imposto, não foram ouvidos em nenhum momento os técnicos e peritos do outro lado [das populações locais]."

O governo disse que vai exigir que o futuro vencedor do leilão dê R$ 1,5 bilhão como contrapartida ambiental.

Segundo o Ibama, cerca de 12 mil famílias serão afetadas, direta ou indiretamente, pela construção da usina. Mesmo acostumados a contar com o Rio Xingu para sua sobrevivência, indígenas, ribeirinhos e moradores do município de Altamira (PA) deverão ser transferidos por causa de Belo Monte, lembrou o presidente do Cimi.

"Essa transferência significa arrancar compulsoriamente esse povo do seu habitat e jogar onde? Até hoje, o governo não deu resposta. Onde vão assentar essas famílias?"

A licença liberada permite realizar o leilão, mas não autoriza o início da obra. Ainda é necessário emitir a licença de instalação.

Maior empreendimento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), a obra de Belo Monte deverá custar pelo menos R$16 bilhões.

VAMOS ABRIR OS OLHOS, BRASILEIROS.

Está se consumando a crônica anunciada e previsível da nova ocupação do Haiti pelos Estados Unidos, desta vez aproveitando o terremoto que devastou o país e sua capital.

Os Estados Unidos já desembarcaram 11 mil militares no país. Com tropas armadas e uniformizadas para combate, transportadas em helicópteros de guerra, ocuparam o palácio presidencial em Porto Príncipe. O aeroporto, não esqueçamos, continua sendo controlado e operado pelos Estados Unidos, que hastearam sua bandeira no local e decidem que aviões podem pousar.

  Nos últimos dias, deram prioridade a suas aeronaves, principalmente militares, prejudicando o desembarque da ajuda enviada por outros países e por organizações não-governamentais. A prioridade foi a segurança, não a vida da população haitiana, principalmente pobre. O ministro francês da Cooperação, Alain Joyandet, chegou a protestar: "Precisamos ajudar o Haiti, não ocupá-lo."

É significativo também que o plano de salvamento e reconstrução do Haiti pelos Estados Unidos tenha sido anunciado em conjunto pelo presidente Barack Obama e pelos ex-presidentes Clinton e Bush – o mesmo Bush que demorou tanto a agir quando o furacão Katrina destruiu uma grande área dos Estados Unidos. Quando os interesses estratégicos da superpotência estadunidense e de suas empresas transnacionais estão em jogo, prevalece como sempre o consenso bipartidário entre "democratas" e "republicanos"

Abrindo bem os olhos, os patriotas e democratas brasileiros têm o dever de exigir que o Brasil renuncie ao comando militar da Minustah, retire progressivamente suas tropas do Haiti e se limite às ações de cunho efetivamente humanitário. O Haiti não precisa só de ajuda, precisa de soberania. Que os Estados Unidos realizem seu plano de intervenção e de construção de um Estado satélite no Haiti com seus próprios recursos humanos e materiais e sob sua exclusiva responsabilidade. Assim, pelo menos, a situação ficará mais clara e se tornará mais fácil mobilizar as forças antiimperialistas e democráticas no Haiti e nos demais países da América Latina e do Caribe. Não percamos de vista que um império em declínio, na desesperada tentativa de reverter o curso histórico que o debilita, pode tornar-se mais perigoso e aventureiro do que um império em ascensão e paciente.

TEM GENTE SUANDO FRIO.

Sudorese na coalizão demotucana: a transferência de votos do presidente Lula para Dilma Rousseff já ultrapassou o limite de 20% previsto pelos 'sábios serristas', mais que isso: está em ascensão no momento em que a aprovação ao Presidente atinge 81,7%, segundo a pesquisa CNT/Sensus divulgada hoje. Sudorese na pág. 2 da Folha: em novembro, a taxa de rejeição da ministra Dilma Rousseff -chamada então de 'aquela mulher' pelo marketeiro de Serra-- era de 34,4%, a segunda maior entre os pré-candidatos; na CNT /Sensus de agora caiu para 28,4%, a menor entre os presidenciáveis. Sudorese na cúpula do Globo: tecnicamente, Dilma e Serra estão empatados na CNT/Sensus de janeiro, mas ela já vence o tucano nas manifestações espontâneas de voto e a campanha ainda nem começou;

NICO AFIRMA: ESTÁ TUDO BEM.

Encontrei Nico Horst e perguntei sobre o estrago nas relações PTB e Administração Municipal causadas pelo Vice Ricardo Sauer, nos seus 30 dias de Prefeito. E ele usando da franqueza que lhe é peculiar, disse: Não houve estrago. No Legislativo tudo bem. Cumpriram o combinado, temos a presidência da Câmara e tudo continua normal. E no Executivo. Perguntei? – Lá eles falharam, disse Nico, mas lá é uma outra conversa. Vamos sentar, colocar os prós e os contra na mesa e discutir um projeto maior. A atitude do Ricardo, não foi contra o PTB. Não sei por que razão, mas a coisa é pessoal, é contra mim. O problema é político,concluiu. Se conheço o Nico, o que é muito difícil, ele tentou me embrulhar. Só que não conseguiu. É só esperar para ver, porque nas entrelinhas, ele deixou um perfume de ranço enorme.

FÓRUM SOCIAL MUNDIAL

Há os pessimistas. Nada avançou, a maioria dos governos que aí está rendeu-se de uma forma ou outra ao capital e seus valores.

Há os otimistas como eu que vêem que o futuro está em construção. Não muitas vezes do jeito exato que se queria ou esperava, mas o monolitismo de um único pensamento começa a ser quebrado. Experiências de base, em comunidades, em diferentes setores sociais, as contradições do modelo em crise, as ameaças ambientais abrem espaço ou 'obrigam' a repensar o modelo capitalista e sua forma neoliberal.

Há sinais de esperança. O Fórum Social Mundial, festejando seus 10 anos no Rio Grande do Sul, cumpriu e cumpre um papel de reunir os que sonham com o novo, os lutadores sociais, os que buscam a transformação. A roda da história segue girando e os pobres e trabalhadores, todos e todas que acreditam na justiça social, na solidariedade seguem construindo um outro mundo possível.


 

DISSE: A CRISE É DELES, MAS AS SOLUÇÕES SÃO NOSSAS

Susan George repetiu em Salvador o alerta lançado em Porto Alegre: não basta enfrentar a atual crise do capital sem lidar com a degradação do meio ambiente, a grave escassez de comida e as desigualdades sociais. A depressão econômica, disse, está diretamente ligada a múltiplas crises que se agravam nos campos ecológico e social. Na mesma linha, David Harvey afirmou que, mesmo com a crise, um novo processo de acumulação de capital está sendo gerado, que pode fortalecer o atual modelo e levar a uma nova crise ainda pior. A única saída, afirma Susan, é afirmar que "a crise é deles, mas as soluções são nossas".

Escutar Susan George nunca é reconfortante. Coisa que, nesta altura do campeonato, é essencial para sacudir convicções, como a de que a última crise do capital tenha comprovado que estávamos todos certos no FSM (e eles errados no frio de Davos) e que, a partir de agora, o capitalismo se afundará por si. "Ficou claro que o neoliberalismo não funciona. Os bancos sequer existiriam ainda, não fosse pelos governos, o que significa que eles sequer estariam aqui, não fosse por nós. Este tipo de economia só permanece se permitirmos. E iremos de uma bolha para a próxima até que, em alguns anos, exploda a próxima que pode ser de inflação, de quebra do Estado, não sabemos", grifou Susan durante conferência de abertura do Fórum Social Temático Bahia na noite desta sexta-feira (29) no Teatro Castro Alves, em Salvador. Apesar de pintar um cenário sombrio que cresce como uma bola de neve, Susan afirma acreditar no processo do FSM como uma das saídas para a crise.

"A cada ano, a revista Forbes publica uma lista dos milionários do mundo. Sabe como isso funciona? Vamos dizer que você tenha apenas um bilhão de dólares e invista 6%. Você vai ter de gastar todos os dias da sua vida 137 mil dólares porque se não o fizer ficará automaticamente mais rico, dia a dia. Isso é a riqueza", disse. Do outro lado, Susan lembrou que, segundo organismos internacionais, cerca de US$ 1 bilhão de pessoas passam fome hoje e que dentro de alguns poucos anos sofrerão mais com a progressiva escassez de água potável que os cientistas podem prever. "Veremos coisas ainda mais graves, que antes nem se imaginavam, como o surgimento dos refugiados ecológicos", alertou.

A DIFERENÇA SE DARÁ NOS PROJETOS E NÃO NOS CANDIDATOS.

No Brasil, como em outros países presidencialistas, a possibilidade de se alterar o 'status quo' depende muito do presidente, mas não só dele. Seu governo precisa contar com supermaiorias em cada Casa do Congresso. Do contrário, a minoria pode se valer de dispositivos regimentais para atrasar ou mesmo bloquear a tramitação da pauta prioritária do Executivo. Tarefa árdua. Esta é uma das razões pelas quais, muitas vezes, as iniciativas do Executivo parecem tímidas diante da expectativa de alguns setores progressistas em particular, mesmo quando constituem um grande salto em termos institucionais e de avanço nas políticas públicas.

Por isso 2010 é tão importante. Trata-se de uma eleição que elegerá não só representantes, mas coalizões. Decidirá se a trajetória atual do Estado brasileiro e das políticas públicas em curso será acelerada ou interrompida.
Em 2006, ainda era muito cedo para se testar o quanto que os partidos de esquerda e as organizações populares teriam acumulado forças. Em oito anos, o teste passa a ser mais significativo. Já é quase uma década de uma experiência política inédita na política brasileira e que alterou profundamente o quadro social e econômico do País. Houve redução das desigualdades, o surgimento de uma classe média egressa de setores pobres, a ampliação das políticas públicas de proteção e promoção social e a reconstrução de várias áreas do Estado que haviam sido enfraquecidas, extintas ou desvirtuadas.

O primeiro indicador importante está sendo dado neste exato momento em que se tem a chance de uma campanha de cunho plebiscitário (que independe do fato de haver mais de dois candidatos), na qual se percebe que os projetos são distintos e que o que está em jogo não são apenas os próximos quatro anos de mandato, mas os oito anos que passaram, a década que acabou de começar e o país que se projeta para o futuro.

A CRISE PASSOU...

Tudo isso sem provocar um repique inflacionário ou estourar as contas públicas (muito embora a capitalização do BNDES, para manter a liquidez da economia e as seguidas renúncias fiscais tenham criado fortes discrepâncias, que merecerão correção de rumo ao longo de 2010... Mas, em face da paralisia da Grã-Bretanha ou do déficit dos Estados Unidos, só para ficar nestes exemplos, não é nada de assustar). Mais do que isso: nos últimos 15 anos o Brasil tirou da miséria algo em torno de 19 milhões de pessoas. Lá, na pobreza indigna e suja, ainda está um grande bolsão: para alguns restam ainda 20 milhões de miseráveis no país, para outros são 30 milhões. Ora, se nos últimos 15 anos retiramos quase 20 milhões de concidadãos de uma situação humilhante, desesperante, com um crescimento que o Prof. Carlos Lessa chamou de "vôo de galinha"... Ou seja, saltando baixinho de 1,2 ou 3% ao ano. Ora, agora podemos começar a voar ao menos como rolinhas ou cambaxirras, com uma capacidade de tirar nossos parceiros de Brasil da humilhação, com perspectivas verdadeiramente reais de crescimento econômico... Ou seja, pela primeira vez na história (sic!) temos chances reais de ver a miséria desaparecer do país na nossa geração. Podemos encerrar aí a famosa profecia (de Stefan Zweig) de o Brasil ser o (eterno) país do futuro. Pois é, o futuro é agora.